Guerra na Ucrânia abranda transição energética

Eólicas na Alemanha
Eólicas na Alemanha Direitos de autor Martin Meissner/AP
Direitos de autor Martin Meissner/AP
De  Lena RocheRicardo Figueira
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A guerra acabou por ser o tema central desta cimeira em Berlim dedicada à transição e à luta contra as alterações climáticas.

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A cimeira do "diálogo para a transição energética", em Berlim , deveria ter como objetivo demonstrar o empenho do governo alemão na luta contra as alterações climáticas, mas acabou ensombrada pela guerra na Ucrânia.

Os dois ministros organizadores da cimeira - Robert Habeck, da Economia e Annalena Baerbock, dos Negócios Estrangeiros, ambos dos Verdes, aproveitaram a cimeira para criticar os governos anteriores e as políticas dos últimos 30 anos que levaram à atual dependência da Alemanha face à energia russa.

"Esta guerra torna muito claro que a energia e a segurança estão ligadas. A política climática é a grande tarefa geopolítica do nosso tempo. O crescimento das energias renováveis é não só uma realidade como uma absoluta necessidade nos dias de hoje. A minha visão como chefe da diplomacia é que vai também fazer mudar a balança internacional do poder", disse Baerbock.

Esta guerra torna muito claro que a energia e a segurança estão ligadas.
Annalena Baerbock
Chefe da diplomacia alemã

Reduzir a dependência da energia russa torna ainda mais difícil a transição energética. Patrick Graichen, secretário de Estado para os Assuntos Económicos e Ação Climática, diz: "O que a guerra colocou na mesa é diminuir a nossa dependência do gás e esse é o novo elemento. Isso significa que somos obrigados a usar combustível, pelo menos de forma temporária, o que coloca também o desafio de abandonarmos essa solução temporária o mais depressa possível. É um novo desafio que se junta ao da transição entre o carvão e as energias limpas".

Do Uganda para Berlim

A cimeira é também palco para ativistas vindos de todo o mundo. Hilda Nakabuye vem do Uganda para chamar a atenção para um problema que a população do país enfrenta e que envolve empresas europeias.

"Queremos pedir ao maior banco da Alemanha, o Deutsche Bank, para deixar de financiar a Total, que opera o Oleoduto do Leste Africano, no meu país, o Uganda, e na Tanzânia. Esse oleoduto já causou o deslocamento de milhaes de pessoas e está a colocar vários milhões em risco".

O Oleoduto do Leste Africano já causou o deslocamento de milhares de pessoas e está a colocar vários milhões em risco.
Hilda Nakabuye
Ativista ugandesa

A repórter da Euronews Lena Roche está a acompanhar a cimeira: "A mensagem do diálogo para a transição energética é clara: é preciso passar rapidamente à ação porque, independentemente da pandemia e da guerra na Ucrânia, o planeta continua a aquecer. Todas estas crises têm de ser geridas ao mesmo tempo e esse é um grande desafio internacional".

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