Emmanuel Macron conseguiu um melhor resultado do que em 2017, 27,4% dos votos. Marine Le Pen (RN), obteve 24,2% dos votos dos franceses.
Emmanuel Macron e Marine Le Pen vencem primeira volta das eleições presidenciais francesas. Foram os candidatos mais votados com 27,4% e 24,2% respetivamente.
A segunda volta deve ocorrer no dia 24 de abril.
Mais de 48,8 milhões de eleitores francesas foram chamados a eleger o novo presidente.
O presidente de França, Emmanuel Macron, que terá vencido a primeira volta das eleições presidenciais, disse, este domingo, que pretende ser reconduzido no cargo de chefe de Estado, por mais cinco anos, e afirmou estar disposto a "unir convicções e sensibilidades".
Macron alertou, no entanto, os franceses de que há ainda trabalho a fazer para vencer a segunda volta e evitar que a candidata de extrema-direita chegue ai poder: "Não nos enganemos, nada está decidido", lembrando que o resultado final do escrutínio presidencial "será decisivo para França e para Europa".
Por seu lado, a candidata da União Nacional, Marine Le Pen, disse que quer ser a presidente "de todos os franceses" e para isso, apelou ao voto à direita e à esquerda.
"A minha ambição é unir os franceses num projeto que junte as gerações num destino invencível. Apelo a todos os franceses, de todas as sensibilidades, de direita ou esquerda, de todas as origens que se unam a nós para construirmos, com convicção e entusiasmo, uma grande vitória", referiu.
O apoio a Macron contra Le Pen
Para evitar que a extrema-direita chegue ao mais alto cargo da nação, o candidato de esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, terceiro classificado nesta primeira volta, pediu aos apoiantes para não darem "um único voto a Marine Le Pen". Repetiu a ideia por três vezes, durante o seu discurso pós escrutínio, este domingo.
Mélenchon deixa os correligionários de votarem de acordo com a sua consciência, perante o dilema entre optar por dar o voto a Emmanuel Macron ou abster-se.
Alguns dos candidatos de esquerda - Anne Hidalgo (socialista), Fabien Roussel (Partido comunista), Yannick Jadot (ecologista) e Philippe Poutu (operário e sindicalista) - à primeira volta do escrutínio presidencial apelaram ao voto em Emmanuel Macron na segunda volta, de modo a travar Marine Le Pen. O mesmo fez a candidata da direita moderada, Valérie Pécresse.
Quem prometeu, também, apoiar Macron na segunda volta foi Edouard Philippe. Num vídeo, publicado nas redes sociais, o antigo primeiro-ministro gaulês afirmou que pretende "fazer campanha ativa" pelo atual chefe de Estado. O Presidente da Câmara do Havre saúda "o bom resultado do Presidente da República, que o coloca na melhor posição para a segunda volta".
"Acima de tudo, quero alertar todos os nossos concidadãos para a escolha, a escolha importante que lhes é oferecida na perspetiva da segunda volta. Porque a França não será a mesma se amanhã for presidida pela senhora Le Pen ou se continuar a ser presidida pelo Presidente da República", acrescentou a ex-primeiro-ministro.
"Se, como eu, está apegado a uma França que é grande quando se agarra a esta ideia de liberdade, se está apegado a uma França que é poderosa quando é influente numa Europa forte, se está apegado a uma França próspera, ou seja, uma França onde o desemprego está a diminuir, onde os investimentos estão a acelerar, onde o pleno emprego está à vista, então acredito que deva comprometer-se com o Presidente da República, fazer campanha ativa, e assumir as suas responsabilidades, e votar, no dia 24 de abril, em Emmanuel Macron", concluiu.
O resultado da primeira volta das eleições francesas não surpreendeu o professor Paul Bacot, da universidade Sciences Po Lyon. O académico defendeu: "Não há surpresas, uma vez que as sondagens de intenção de voto tinham mostrado, claramente, que vários cenários eram possíveis, o mais provável dos quais era o duelo Macron-Le Pen, e que a evolução do eleitorado mostrou um reagrupamento em torno dos três candidatos que terminaram efetivamente na liderança. Isto talvez nos poupe os habituais discursos anticientíficos e conspiratórios que florescem contra a eficácia das vacinas, contra a realidade do aquecimento global... e contra "sondagens que estão erradas" ou, pior ainda, "mentiras"!
Bacot sublinhou que "extrema-direita tem um bom terço dos eleitores, o que para Le Pen é uma boa base para entrar na segunda volta - mas que é também um terrível revés para Emmanuel Macron, que vê a extrema-direita, que prometeu reduzir, como o seu principal adversário. Mas paradoxalmente, o facto de a eleição de Le Pen para a segunda volta se tornar uma possibilidade pode levar a que muitos eleitores não votem nela, pensando que o seu voto poderia ter consequências muito graves. As palavras de Pécresse, Hidalgo, Jadot, Roussel... são muito claras a favor de um "voto para Macron". Mélenchon parece desencorajar aos seus eleitores que querem continuar a votar contra Macron, sem chegar a uma instrução positiva."
Partidos tradicionais caem para a quase irrelevância
Tanto a direita tradicional como o Partido Socialista alcançaram os piores resultados da sua história. Como o fizeram há cinco anos, as partes que partilharam o poder até à emergência de Emmanuel Macron, em 2017, estão fora da segunda volta.
A presidente da região parisiense, a conservadora Valérie Pécresse, e a presidente da câmara da capital, a socialista Anne Hidalgo, não conseguiram chegar aos cinco primeiros. Pécresse conseguiu 5% dos votos, enquanto Hidalgo não foi muito além dos 2%.
"O resultado é catastrófico", disse Paul Bacot. "As eleições legislativas parecem más para ambas as partes". A sua "sobrevivência está em jogo", sublinhou à euronews o académico.
No caso do partido conservador, esperará que o último voto seja contado, porque se obtiver mais de 5% dos votos, evitará que o partido republicano tenha de pagar pela sua campanha, uma vez que esse é o marco imposto por lei para o Estado reembolsar as despesas eleitorais.
O Partido Socialista, dos presidentes François Mitterrand e François Hollande, encontra-se numa situação mais precária. As suas esperanças residem nas eleições legislativas de junho, onde vão lutar por um melhor resultado de modo a evitarem a irrelevância política.
As últimas notícias sobre as eleições francesas:
Aqui estão os resultados eleitorais, já com 92% dos votos contados:
Emmanuel Macron --- 27,4%
Marine Le Pen --- 24,37%
Jean-Luc Melenchon --- 21,18%
Eric Zemmour --- 6,94%
Valérie Pécresse --- 4,76%
Yannick Jadot --- 4,44%
Jean Lassalle --- 3,29%
Fabien Roussel --- 2,35%
Anne Hidalgo --- 1,73%
Philippe Poutou --- 0,78%
Nathalie Arthaud --- 0,58%
Bruxelas espera que Macron vença segunda volta
Eric Maurice, da Fundação Robert Schuman, disse à Euronews que as eleições francesas estão a ser acompanhadas de perto pela União Europeia, onde existe uma clara consciência do que está em jogo para o bloco dos 27.
"Para a UE, a segunda volta será, em última análise, para a continuidade com Emmanuel Macron e uma posição pró-europeia. Portanto, podemos imaginar que ele é a escolha preferida do ponto de vista dos parceiros europeus e das instituições europeias", disse Maurice.
Sondagens dizem que Emmanuel Macron ganhará na segunda ronda contra Marine Le Pen, maspor pouco
O Presidente em exercício Emmanuel Macron ganharia na segunda volta contra Marine Le Pen 51% a 49%, de acordo com uma sondagem realizada pelo instituto Ifop-fiducial para TF1 / LCI / ParisMatch / SudRadio.
A sondagem prevê uma corrida muito mais próxima para Macron em comparação com a corrida de 2017, na qual ganhou as eleições contra Marine Le Pen por 66,1% a 33,9%.
🗳️🇫🇷 Election #presidentielle2022
Sondage pour le 2nd tour
(Réalisé après publication des résultats du 1er tour)
E. Macron 51%
M. Le Pen 49%@IfopOpinion@Fiducial pour @TF1@LCIpic.twitter.com/0RzQcALj8D
🗳️🇫🇷 Election #presidentielle2022
— Ifop Opinion (@IfopOpinion) April 10, 2022
Sondage pour le 2nd tour
(Réalisé après publication des résultats du 1er tour)
E. Macron 51%
M. Le Pen 49%@IfopOpinion@Fiducial pour @TF1@LCIpic.twitter.com/0RzQcALj8D
Edouard Philippe vai "fazer campanha activa" por Emmanuel Macron
O antigo primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, apelou nao voto em Emmanuel Macron, na segunda volta das eleições presidenciais.
Num vídeo, publicado nas redes sociais, Philippe afirmou que pretende "fazer campanha ativa" pelo atual chefe de Estado. O Presidente da Câmara do Havre saúda "o bom resultado do Presidente da República, que o coloca na melhor posição para a segunda volta".
"Acima de tudo, quero alertar todos os nossos concidadãos para a escolha, a escolha importante que lhes é oferecida na perspetiva da segunda volta. Porque a França não será a mesma se amanhã for presidida pela senhora Le Pen ou se continuar a ser presidida pelo Presidente da República", acrescentou a ex-primeiro-ministro.
"Se, como eu, está apegado a uma França que é grande quando se agarra a esta ideia de liberdade, se está apegado a uma França que é poderosa quando é influente numa Europa forte, se está apegado a uma França próspera, ou seja, uma França onde o desemprego está a diminuir, onde os investimentos estão a acelerar, onde o pleno emprego está à vista, então acredito que deva comprometer-se com o Presidente da República, fazer campanha ativa, e assumir as suas responsabilidades, e votar, no dia 24 de abril, em Emmanuel Macron", concluiu.
Tous mobilisés pour le second tour derrière @EmmanuelMacron ! #Presidentielles2022pic.twitter.com/ilgtqJs41t
Tous mobilisés pour le second tour derrière @EmmanuelMacron ! #Presidentielles2022pic.twitter.com/ilgtqJs41t
— Edouard Philippe (@EPhilippe_LH) April 10, 2022
Elevada taxa de abstenção na primeira volta do escrutínio
A taxa de abstenção, na primeira volta das eleições presidenciais, em França situou-se entre os 26 e os 28,3%, de acordo com as estimativas.
É uma taxa elevada para uma eleição presidencial que normalmente tem maior participação do que outros escrutínios. A taxa recorde de abstenção, numa primeira volta das eleições presidenciais, foi em 2003, onde atingiu os 28,4%.
Partidos dominantes em França "colapsaram quase completamente", diz um especialista à Euronews
Os dois ex-partidos políticos dominantes em França, os socialistas e os republicanos, "colapsaram quase completamente a nível nacional", afirmou Douglas Webber, professor emérito de ciências políticas no INSEAD.
"Como forças políticas nacionais e eleições presidenciais e parlamentares, estão no seu ponto mais fraco de sempre", acrescentou.
Webber sublinhou que isto indicava que havia uma nova linha política em França que não era direita e esquerda, mas mais um campo "cosmopolita, liberal, internacionalista" do lado de Emmanuel Macron e um campo "insular, nacionalista conservador" do lado de Marine Le Pen.
"Aos eleitores franceses, ser-lhes-á apresentada uma escolha muito fundamental entre estas duas direções", concluiu..
"Não nos enganemos, nada está decidido" - Emmanuel Macron
A partir do centro de exposições da Porte de Versailles, em Paris, Emmanuel Macron falou aos franceses. O atual presidente ter obtido 28,50% dos votos de acordo com as últimas estimativas da Ipsos e Sopra Steria. "No domingo 10 de abril, mais de 36 milhões exerceram o direito de voto. Um direito conquistado pelas gerações anteriores, e eu gostaria de agradecer a todos os nossos compatriotas que votaram em mim. A sua confiança, a vossa confiança, honra-me, obriga-me e compromete-me", disse.
"Agradeço a Anne Hidalgo, Valérie Pécresse, Yannick Jadot e Fabien Roussel que já me deram o seu apoio esta noite. Alguns fá-lo-ão para bloquear a extrema-direita (...) respeito isso", observa Emmanuel Macron, referindo-se a Jean-Luc Mélenchon.
Dirigindo-se aos eleitores de Marine Le Pen: "Quero convencê-los nos próximos dias de que o nosso projeto responde muito mais solidamente do que o da extrema-direita aos seus medos e aos desafios dos tempos."
O candidato presidencial sublinhou quais são os seus objetivos: "Quero uma França que aceite o desafio climático e ecológico"; "Quero uma França resolutamente contra o separatismo islamista (...) uma França que impeça muçulmanos ou judeus serem marginalizados pela sua religião" ... "O único projeto para o poder de compra é o nosso! Nos próximos dias, não se poupará esforços, porque não nos enganemos, nada está decidido", alerta o presidente.
Macron apela à união dos franceses para derrotar Le Pen
O presidente gaulês, Emmanuel Macron, apelou à fundação, para além das "diferenças", de "um grande movimento político de unidade e ação" após esta a primeira volta
"Duas semanas para manter os aliados de Putin afastados do Eliseu", diz o eurodeputado Guy Verhofstadt
O eurodeputado belga Guy Verhofstadt escreveu, no Twitter, que começa agora a verdadeira batalha em França
"2 semanas para manter os aliados de Putin longe do Eliseu", disse ele, referindo-se a Marine Le Pen. "2 semanas para reforçar a liberté, égalité, fraternité 🇫🇷 contra o autoritarismo e o ódio!"
Macron wins first round… but the real battle has only begun.
2 weeks to keep Putin’s allies away from the Elysée !
2 weeks to strengthen liberté, égalité, fraternité 🇫🇷 against authoritarianism and hatred ! ✊🏻 pic.twitter.com/tatogytPDR
Macron wins first round… but the real battle has only begun.
— Guy Verhofstadt (@guyverhofstadt) April 10, 2022
2 weeks to keep Putin’s allies away from the Elysée !
2 weeks to strengthen liberté, égalité, fraternité 🇫🇷 against authoritarianism and hatred ! ✊🏻 pic.twitter.com/tatogytPDR
Candidato comunista alerta que a extrema-direita está às portas do poder
No Twitter, o candidato comunista, Fabien Roussel, escreveu:
"O nosso país enfrenta uma situação terrível: a extrema-direita está às portas do poder, e o candidato a presidente tem uma grande responsabilidade nesta situação", escreveu ele.
"Macron deve desistir de reformas sem sentido: deve retirar o seu plano de prolongar a reforma", no entanto, apelou ao voto no atual chefe de Estado: "Apelo a todos os franceses para que utilizem o único boletim de voto de que dispomos para a vencer na segunda volta."
Notre pays affronte un contexte redoutable : l’extrême droite est aux portes du pouvoir, et le président candidat a une grande responsabilité dans cette situation.
Macron doit renoncer aux réformes insensées : il doit retirer son projet d’allongement du départ à la retraite.
Notre pays affronte un contexte redoutable : l’extrême droite est aux portes du pouvoir, et le président candidat a une grande responsabilité dans cette situation.
— Fabien Roussel (@Fabien_Roussel) April 10, 2022
Macron doit renoncer aux réformes insensées : il doit retirer son projet d’allongement du départ à la retraite.