Celebração com raízes nos Estados Unidos tem peso na capital russa. Em Portugal, António Costa aproveita para promover "Agenda do Trabalho Digno"
É uma celebração com origem em Chicago, nos Estados Unidos, em 1886, mas nem por isso o Partido Comunista da Rússia deixa de se associar a este protesto anual de grande significado por todo o mundo na valorização do trabalho e das condições da mão de obra.
Uma vez mais, centenas de pessoas concentraram-se no centro da capital russa em prol dos trabalhadores, elevando bandeiras comunistas e também cartazes com a imagem de Vladimir Lenine, o fundador da União Soviética, sublinhando a doutrina ainda hoje defendida pelo partido inclusive em Portugal.
Este "primeiro de maio" fica também marcado em Moscovo por outra manifestação de apoio a Vladimir Putin e que ali encerrou uma digressão por diversas regiões da federação russa a promover a invasão russa da Ucrânia.
A chegada à capital deste movimento pró-Kremlin serviu ainda para antecipar a celebração do chamado Dia da Vitória, que se assinala na Rússia a 9 de maio e marca a vitória sobre as forças nazis na II Guerra Mundial.
De resto, o Dia do Trabalhador é também assinalado por toda a Europa. Em Portugal, os principais sindicatos realizaram manifestações em várias cidades, incluindo um debate promovido pela UGT em Lisboa.
O primeiro-ministro António Costa recorreu às redes sociais para promover a adoção pelo Governo da "Agenda do Trabalho Digno" e "prosseguir o objetivo de reforço do peso dos salários no PIB para a média europeia".
O chefe de governo acompanhou a mensagem com que disse valorizar "o trabalho" e pela qual expressou a ambição de conseguir "uma sociedade mais justa" com um quadro enaltecendo a convergência do peso dos salários no PIB português com a média europeia, que o Governo espera plena em 2026.
Em França, o "Primeiro de Maio" é celebrado este ano a poucas semanas das eleições legislativas, vista como a "terceira volta" das Presidenciais decididas há uma semana a favor de Emmanuel Macron.
Os comícios pelos trabalhadores decorreram em várias cidades como Paris, Toulouse ou Marselha, com os sindicatos afetos à esquerda a reclamar um aumento dos salários e a protestarem contra o aumento progressivo da idade da reforma, defendido por Macron.
A esquerda francesa espera convencer o eleitorado a dar-lhes desta vez a maior fatia das preferências para poderem controlar o Parlamento e obrigar o Presidente reeleito a convergir o novo mandato para os interesses da classe operária.
Em Itália, os principais sindicatos reuniram-se este ano em Assis e celebram o dia sob o lema "Trabalhar pela Paz".