Cidadãos e governantes europeus definem propostas para melhorar a União Europeia

Uma União Europeia mais sustentável, resiliente, com acesso a melhores cuidados de saúde e uma economia mais inclusiva, por exemplo no mercado de trabalho, são alguns dos desejos na base das propostas dos cidadãos para o futuro da Europa. Acabar com o travão da unanimidade de voto é uma 49 propostas.
Representantes oriundos dos 27 Estados-membros e das instituições europeias condensaram esses desejos numa lista de 49 propostas definidas este sábado no derradeiro Plenário da Conferência sobre o Futuro da Europa.
Kacper Parol é um jovem cidadão europeu, oriundo da Polónia, um dos países em atrito com a Comissão Europeia devido à reforma judicial contrária às regras comunitárias, e esteve neste plenário realizado no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, integrado "num grupo de trabalho para o reforço da economia, justiça social e emprego".
"Procurei contribuir com uma perspetiva jovem para grandes problemas como o acesso à habitação e ao primeiro emprego para um estudante", explicou, em declarações à Euronews.
Os representantes dos cidadãos que participaram nestes eventos veem na Conferência sobre o Futuro da Europa uma porta aberta para um novo capítulo na democracia europeia.
A irlandesa Aoife O’Leary diz terem sido feitas "propostas importantes para a educação, sobre o reconhecimento mútuo de diplomas e sobre um padrão educativo socialmente fiável".
"Penso poder ter um grande impacto. Como alguém disse, a democracia na Europa vai ter de mudar depois disto. Não voltaremos a ter uma democracia representativa. Vamos ter o envolvimento dos cidadãos", perspetivou a irlandesa.
O eurodeputado belga Guy Verhofstadt foi um dos altos responsáveis europeus no plenário e concordou com a necessidade de reformar, por exemplo, o processo de tomada de decisões na União Europeia.
"Uma das principais propostas é acabar com o direito de veto na União Europeia. É preciso parar com a unanimidade de voto nos processos de decisão porque com a unanimidade vamos ficar sempre aquém e atrasados na União Europeia", considerou o carismático eurodeputado liberal democrata belga.
Muitas das propostas, se aceites, vão necessitar de alterações nos tratados europeus. Apesar da oposição de alguns estados-membros a estas mudanças, a Comissão Europeia garante analisar as propostas com seriedade, afirmou Dubravka Šuica.
"As instituições são sérias o suficiente e os cidadãos vão cobrar-nos se não fizermos nada. Por isso, estou certa de que lhes vamos dar seguimento e tentar dar o nosso melhor para integrar as ideias, as esperanças e as preocupações dos cidadãos", disse à Euronews a vice-presidente croata da Comissão Europeia.
As propostas finais vão ser entregues aos líderes europeus no Dia da Europa, a 9 de maio, mas "depois serão ainda preciso meses para decidir se essas rcomendações são aprovadas ou não", antecipa Sandor Zsiros, o enviado especial da Euronews a Estrasburgo.