Especialistas das mais diversas áreas estão reunidos para perceber como pode a União Europeia estar pata para os desafios das próximas gerações.
Com os pés assentes em Florença, Itália, mas aberta via digital ao mundo, a sociedade civil junta-se mais uma vez para debater o futuro da União Europeia (UE), desta vez focada nas próximas gerações. Especialistas das mais diversas áreas vão estar reunidos até 7 de maio, na 12.a edição do Estado da União, uma conferência que, este ano, se centra no tema "Uma Europa apta para a próxima geração?", para trocar ideias sobre o papel do bloco comunitário, numa realidade global em constante evolução e recentemente abalada pela guerra na Ucrânia.
"É óbvio que muitas das estruturas, instituições e mecanismos que tivemos no passado, não são suficientes perante o mundo de hoje. Acredito na unidade que é de valor para os europeus. Mas esta unidade deve também ser transformada em mudanças, no que precisamos de alcançar:: energia, migração, nova economia, investimentos para tornar o nosso continente mais forte, mas também defesa comum europeia, porque a tragédia da guerra voltou também para o nosso continente", afirma o Subsecretário de Estado para os Assuntos Europeus de Itália, Vincenzo Amendola.
Apesar de as sanções à Rússia não estarem objetivamente em cima da mesa, elas foram omnipresentes nos discursos sobre a importância da unidade na abordagem às questões energéticas e económicas.
Teresa Ribera Rodríguez, ministra da Transição Ecológica de Espanha, acredita que os Estados-membros da UE estão "na posição de ultrapassar estas diferenças".
"Fizemo-lo ao longo dos anos e estou certa de que agora, nesta crise atual, seremos capazes de o fazer, porque os incentivos para que o façamos são muito fortes. Estamos agora a interrogar-nos em que medida o que estamos a viver é uma ameaça, uma ameaça aos nossos principais valores, à nossa principal capacidade de construir democracia e prosperidade. E sabemos que a energia está no centro destas discussões. Portanto, mantermo-nos unidos, permanecermos num caminho mais consistente em direção ao que sabemos que precisamos de construir, é muito importante", defende.
Esta foi aliás uma mensagem que emergiu das discussões sobre políticas energéticas, ou seja, a União Europeia enveredou por uma via de sentido único em direção à mudança. Mas o que está a acontecer no domínio da energia pode também servir de guia para a transformação que diz respeito aos outros setores afetados pela crise.