Angola e São Tomé e Príncipe com desafios comuns no Golfo da Guiné

Presidente de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, recebido pelo homólogo de Angola, João Lourenço
Presidente de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, recebido pelo homólogo de Angola, João Lourenço   -  Direitos de autor  AMPE ROGÉRIO/ 2022 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
De  Neusa Silva  & João Peseiro Monteiro

São Tomé e Príncipe e Angola enfrentam desafios comuns. A cooperação regional é necessária para ultrapassar problemas como a pirataria marítima. Um flagelo que ameaça rotas comerciais e de abastecimento de hidrocarbonetos

O reforço da cooperação nos setores da segurança e exploração dos recursos marítimos é uma das prioridades dos países da região do Golfo da Guiné.

Os presidentes de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, e de Angola, João Lourenço, abordam agora novas formas de restabelecer a cooperação bilateral. Os dois países partilham o mesmo espaço do Golfo da Guiné, a região do mundo mais afetada pela pirataria marítima.

"Nós cooperamos de uma forma muito próxima com Portugal, que tem neste momento um navio estacionado nas nossas águas e faz o devido patrulhamento. Cooperamos também nessa área com o Brasil, mas também com outros parceiros da União Europeia. Mas também há necessidade de nós reforçarmos aquilo que é a cooperação do ponto de vista regional, ou seja ao nível dos países africanos que fazem parte desta região."

O Golfo da Guiné é também uma das mais importantes vias marítimas internacionais para o transporte de petróleo. A região tem um grande potencial energético. Concentra dois terços da produção de petróleo de África, representa 4,5 por cento das reservas comprovadas de crude no mundo e 2,7 por cento das reservas de gás natural.

“Sempre haverá um interesse muito grande naquilo que são as comodities que estão em África, com ou sem este conflito, o interesse sempre existiu. Talvez esteja um pouco mais claro ou mais evidente, particularmente num momento de crise entre a Rússia e a Ucrânia. Há um voltar para estes mercados, para o mercado africano, a nível da sua produção, daquilo que é essencial para a indústria energética" - refere a chefe da diplomacia são-tomense.

O Golfo da Guiné pode estar ausente do topo da agenda internacional mas é uma região estratégica. Só a cooperação entre os países da região pode evitar outras calamidades como a pesca ilegal que privam as populações das riquezas locais.

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