A aldeia de Villanueva de Bogas trabalha para integrar quem chega e já nota as diferenças nas ruas.
Na aldeia de Villanueva de Bogas, perto de Toledo, em Espanha, vivem já poucas pessoas. Mas um recente fluxo de novos habitantes voltou a povoar a localidade. Vinte ucranianos chegaram desde o início da invasão russa, na esperança de começar uma nova vida em paz.
É também o desejo de Zoriana Bohonis, que recentemente se mudou para a povoação, após deixar a Ucrânia
"Quero que os meus filhos estejam a salvo. Quero que a minha família esteja unida. E onde vamos viver, ainda não sei", afirma.
Com a ajuda de tradutores, o apoio dos vizinhos tem sido essencial para o recomeço. Desde a procura de casas aos pequenos passos do dia a dia.
"Ensinámos-lhe o básico: como funciona a máquina de lavar roupa, o microondas, tudo isso. No primeiro dia em que chegou, ensinámos-lhe o básico. E agora pode fazer o que quiser com a sua família. Aqui estão em casa", conta o vizinho e anfitrião Manuel Santiago.
A chegada dos refugiados foi possível graças a uma mulher, Oksana Boyko, que vive na aldeia há dez anos. Oksana retirou primeiro os familiares do país em guerra e depois aproveitou a oportunidade para retirar outros compatriotas que não tinham para onde ir.
Assim que chegou a Espanha, procurou uma casa para viver. Hoje, ajuda a organizar as vidas de quem acaba de chegar.
"Mesmo quando estou a trabalhar, enviam-me mensagens com pequenos problemas. Não posso falar com eles diretamente, mas posso responder ou resolver o problema enviando pessoas daqui, da aldeia, que não trabalham, para os ajudar", diz.
Com pouco mais de setecentos habitantes, a aldeia viu a população aumentar 3%, com a chegada dos refugiados ucranianos.
O presidente da câmara de Villanueva de Bogas, José Miguel Rodríguez, testemunha que "os parques já estão mais cheios do que antes, com gente jovem" e acredita "que isto pode regenerar e dar mais vitalidade a este tipo de localidades, que ficam nas zonas mais despovoadas de Espanha".
Na terra, as crianças já foram integradas na escola local. Os adultos começam a encontrar os primeiros trabalhos, longe da Ucrânia que tiveram de deixar para trás.