Candidatos ligados aos protestos de 2019 conseguiram 13 assentos
O maior grupo parlamentar do Líbano, liderado pelo Hezbollah, perdeu a maioria no Parlamento. Os resultados finais das legislativas do último domingo foram anunciados esta terça-feira. Os candidatos da coligação liderada pelo movimento xiita pró-iraniano ganharam 62 dos 128 assentos, três lugares a menos do que o necessário para garantir a maioria.
O Hezbollah manteve os seus próprios assentos, mas o Movimento Patriótico Cristão Livre do Presidente Michel Aoun perdeu o apoio. Um partido cristão rival com laços estreitos com a Arábia Saudita, as Forças Libanesas, obteve ganhos e candidatos independentes prometendo reformas ganharam 13 assentos.
O governo libanês garante que as eleições foram justas, mas a missão de observação da União Europeia diz que “nem tudo funcionou de forma democrática”. O grupo que representa o bloco europeu divulgou uma declaração preliminar sobre o processo eleitoral. O texto denuncia uma compra generalizada de votos por dinheiro ou transações e revela que alguns partidos deram às pessoas bens materiais, como geradores ou combustível, em troca de votos. A missão de observação diz que há relatos de intimidação dos eleitores em centros de votação, focos de violência e obstrução de certos candidatos, particularmente candidatas do sexo feminino. A União Europeia considera que a realização de eleições é um aspeto positivo, dado o contexto em que o Líbano se encontra, mas diz que todo o processo “ficou muito aquém dos padrões internacionais”.