Três meses de guerra na Ucrânia

O som de sirenes e nuvens fumo no horizonte de Kiev marcaram o início da invasão russa da Ucrânia, no dia 24 de fevereiro. Nos últimos três meses, milhares de tropas combateram no norte, sul e leste do país. A Rússia anunciou uma ofensiva rápida e com alvos bem definidos, mas a Ucrânia impediu o avanço russo e bloqueou uma coluna de dezenas de quilómetros de veículos blindados destinados a chegar a Kiev.
Moscovo redobrou os esforços e avançou com bombardeamentos constantes contra alvos militares e infraestruturas civis, provocando muitas baixas. Mas fez poucos progressos. Kherson, no sul, foi a única grande cidade a cair.
Mariupol, uma cidade portuária de grande importância estratégica no mar de Azov, resistiu durante quase 3 meses apesar dos fortes ataques. A "operação militar especial" expôs falhas logísticas inesperadas em um dos exércitos mais poderosos do mundo.
Face a uma "realidade" inesperada e ao forte apoio ocidental à Ucrânia, Moscovo diminuiu gradualmente os seus objetivos. O campo de batalha foi reduzido e agora está concentrado na região do Donbass. E apesar desta concentração de forças e do uso de artilharia pesada, o exército russo conquistou apenas uma pequena parte do território de Donbass que a Ucrânia controlava no mês passado.
A Rússia e a Ucrânia parecem parece agora avançar para uma longa guerra de trincheiras no leste do país, onde há cada vez mais mortes e destruição. Já passaram três meses. Milhares de soldados morreram e dezenas de milhares ficaram feridos. Mas estas não são as únicas feridas da guerra. O trauma vai continuar em regiões como Bucha, onde foram descobertas valas comuns depois da retirada russa.