O grande investimento brasileiro tem estado afastado de Angola. Apenas os pequenos empresários apostam no país africano. Mas o governo brasileiro promete mudanças com a assinatura de vários acordos.
Angola pode abrir mais as fronteiras para entrada de novos empresários brasileiros que queiram investir no setor do comércio. Esta é a opinião de um casal de brasileiros instalados há mais de 30 anos no país. Os empresários apostaram na confeitaria e na indústria metalúrgica.
Ana Alexandre já formou mais de 300 jovens no ramo da confeitaria em Luanda. Hoje tem 40 funcionários nacionais e está satisfeita com a oportunidade que encontrou em Angola.
O economista Carlos Rosado de Carvalho entende que a visita do chefe da diplomacia do Brasil acontece numa altura em que o investimento daquele país em Angola é quase inexistente:
"A AIPEX, que é o organismo de captação de investimento estrangeiro e promoção das exportações, desde agosto de 2008 até agora registou dois investimentos brasileiros no valor de 108 mil dólares."
Angola quer que a parceria estratégica com o Brasil tenha como prioridade a agroindústria e a segurança militar.
O Brasil, primeiro país do mundo a reconhecer a independência de Angola, assinou o acordo de cooperação sobre desenvolvimento da agricultura familiar em áreas irrigadas.
Carlos Alberto Franco França falou das oportunidades que a crise na Europa pode gerar na parceria entre os dois países.
"A produtividade de grãos no Brasil é de longe superior à de países como por exemplo os Estados Unidos, e de modo que nós possamos replicar no continente africano, e nós começaríamos por Angola, as condições que permitiram ao Brasil ampliar a produção agrícola"
Nesta visita, o Brasil anunciou uma carteira de investimentos superior a 1,7 mil milhões de euros nas áreas da segurança militar, farmacêutica, construção e agroindústria.