Polícia Federal não afasta crime no desaparecimento de jornalista e guia

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Continuam as buscas a Dom Philips e Bruno Pereira, especialista na cultura indígena, que desapareceram na Amazónia, esta segunda-feira

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Continuam as buscas pelo jornalista e pelo guia que estão desaparecidos desde segunda-feira, na florestadaAmazónia, no Brasil. O britânico DomPhilips era correspondente no Brasil, colaborava com o The Guardian,The New York Times, Financial Times e o__Washington Post e estava em trabalho na floresta da Amazónia, acompanhado pelo brasileiro BrunoAraújoPereira, especialista na cultura indígena.

Crime não é afastado pela Polícia Federal

Numa conferência de imprensa, a Polícia Federal afirmou que não descarta o cenário de homicídio, apesar de não ter provas de crime. 

Eduardo Fontes, da Polícia Federal, disse que foi aberto "um inquérito policial" para apurar se há alguma "organização criminosa ou organizações" que atuam na região, "dedicadas ao tráfico de drogas e crimes transfronteiriços". 

As autoridades afirmaram também que a Polícia está a estudar um "eventual homicídio" e que não descartam "nenhuma linha investigativa". 

"Todas as providências serão tomadas para levar os perpetradores à Justiça.”.
Governo brasileiro sobre possibilidade de crime

Até agora, a Polícia Federal brasileira ouviu seis pessoas, cinco delas testemunhas e um homem considerado suspeito por ter sido avistado a seguir o barco onde o jornalista e o guia seguiam, local onde foram vistos pelo última vez por várias pessoas.

O homem foi detido com uma dose de drogas ilegais e um arma. Acabou por ser libertado. De acordo com o secretário da Segurança Pública do estado do Amazonas, o general Carlos Alberto​ Mansur, o suspeito não teria nenhuma ligação com o desaparecimento do jornalista e do guia. 

Área investigada é quase tão grande quanto Portugal

Marcelo Xavier, Chefe da Agência Indígena do governo brasileiro, disse numa entrevista a uma rádio que a zona do Vale do Javari, a qual está a ser investigada e onde as autoridades estão a fazer buscas, "é aproximadamente do tamanho de Portugal" e é uma área "muito inóspita". 

Procurar duas pessoas sem meios comunicação pode portanto durar dias. "É muito complicado quando duas pessoas resolvem entrar na área indígena sem nenhuma comunicação formal aos orgãos de segurança dentro dessa área indígena", disse. 

Na internet, levanta-se uma onda de indignação pelo desaparecimento do guia e do jornalista. São publicados cartazes a defender a liberdade de imprensa, mesmo sem provas de assassinato. 

Governo diz que vai agir em caso de crime

O governo brasileiro publicou um comunicado que afirma estar preocupado face ao desaparecimento do jornalista e do guia, onde se pode ler que "O governo brasileiro tomou conhecimento, com grande preocupação (...)".  

No documento, divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo admite que "continuará a acompanhar as buscas com o zelo que o caso exige.".

O executivo adianta também que se for provado que os dois homens foram assassinados, "todas as providências serão tomadas para levar os perpetradores à Justiça.”.

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