Apesar da distribuição ser amiga do ambiente, o consumo de carvão vegetal ameaça a floresta de Manica, no centro do país
O consumo de carvão vegetal é fundamental para uma fatia considerável da população em Moçambique e se nas grandes economias mundiais, a distribuição acontece à escala industrial, aqui é feita de bicicleta.
Os vendedores na região de Manica, no centro do país, estão obrigados a percorrer várias centenas de quilómetros por semana, em alguns casos chegam mesmo a pedalar durante três dias para terem algo que vender.
A distância tem vindo a aumentar e a tendência é para que continue a crescer. O consumo de carvão vegetal deu origem ao desflorestamento da região e apesar dos vendedores contribuírem para o problema, os ambientalistas sabem que não são eles os culpados.
Eugénio Fumane, gestor de projetos do Fórum Terra em Manica, sublinha que os vendedores o fazem por uma questão de sobrevivência e que os verdadeiros culpados são outros.
Para o ambientalista, a solução passa por ações sustentáveis de reflorestamento, pelo incentivo do uso de gás e pela redução dos custos da energia elétrica.
Enquanto isso não acontecer, a distribuição a pedais vai beneficiando ambas as partes do negócio. Cada saco é vendido pelo equivalente a pouco mais de três euros.