Aliança Atlântica redefine estratégia e reforça posições no flanco Leste

Madrid viu renascer uma NATO que há poucos anos muitos votavam ao desaparecimento. Na cimeira que a capital espanhola acolheu desde quarta-feira, Os dirigentes dos 30 países que compõe a Aliança do Tratado do Atlântico Norte redefiniram objetivos, na sequência da guerra que a Rússia desencadeou na Ucrânia.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, resumiu as principais decisões.
"Concordámos em convidar a Finlândia e a Suécia para integrar a nossa aliança, e em fornecer um apoio de longo prazo à Ucrânia. Definimos um novo conceito estratégico, uma maior ambição na luta contra a mudança climática e estabelecemos um novo fundo de inovação de mil milhões de euros."
O novo conceito estratégico define a Rússia como um país agressor e a China como uma nação que tenta contrariar a ordem internacional.
Mas há outras novidades como referiu o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez:
"Incluímos uma menção específica ao sul, em particular à zona da África Subsaariana e do Sahel, uma das maiores preocupações para a Europa e em particular para o nosso país, como consequência da instabilidade e dos riscos derivados como os fluxos irregulares de migrantes, o terrorismo, a crise alimentar, a crise energética e também a emergência climática."
Esta cimeira marca também o "regresso" dos Estados Unidos à Europa, como afirmou Joe Biden aquando da sua eleição para a presidência:
"Os Estados Unidos estão a fazer exatamente o que eu disse que fariam se Putin invadisse a Ucrânia: reforçar as posições na Europa. Vamos colocar mais navios em Espanha, mais defesa aérea em Itália e Alemanha, mais F35 no Reino Unido e fortalecer o nosso flanco oriental, um novo quartel-general permanente para o 5.º Corpo do Exército na Polónia."
As forças americanas deverão passar de 80 mil para 100 mil militares no futuro.
Outra grande transformação é o aumento do número de efetivos da Força de Reação Rápida dos 40 mil para os 300 mil a partir do próximo ano.