NATO reconhece Rússia como a maior ameaça mas China também preocupa

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De  Bruno Sousa
Jens Stoltenberg aponta novo rumo a seguir pela NATO
Jens Stoltenberg aponta novo rumo a seguir pela NATO   -  Direitos de autor  Bernat Armangue/The Associated Press

Entre visitas ao Museu do Prado e reuniões intermináveis na Feira de Congressos, os líderes dos países da NATO estabelecem o novo rumo a seguir. A Cimeira de Madrid está inevitavelmente associada à guerra na Ucrânia, com a aliança militar a prometer apoiar Kiev o tempo que for necessário e a reforçar a presença na fronteira a leste.

A ameaça russa obriga a mudanças e Jens Stoltenberg apresentou na capital espanhola o novo conceito estratégico da organização, que substitui o que estava em vigor desde 2010. Para o Secretário-geral da NATO, o novo documento "é substancialmente diferente e deixa bem claro que a Rússia representa a ameaça mais direta e significativa à segurança da aliança Atlântica".

O conceito estratégico anterior, em vigor desde a cimeira de Lisboa de 2010, estabelecia como prioridade a manutenção da paz e reconhecia que a ameaça de um ataque ao território da NATO era bastante baixa. Um pressuposto que caiu por terra com as ambições expansionistas de Vladimir Putin na Ucrânia.

A ameaça russa levou também Suécia e Finlândia a abdicarem da neutralidade para se juntarem à aliança militar atlântica.O presidente finlandês, Sauli Niinistö, lembrou, no entanto, que ao longo das últimas décadas o seu país vinha já a construir parcerias com a NATO e com os países membros, dando como exemplo as cooperações bilaterais com Estados Unidos e Reino Unido.

Apesar de a Rússia ter sido apontada como a principal ameaça, não é a única. Pela primeira vez a NATO mostrou-se preocupada com a China, particularmente com o seu crescimento militar, que inclui o desenvolvimento de armas nucleares.

Para a Organização do Tratado do Atlântico Norte, o caminho passa por continuar a crescer, com novos membros ou com o reforço de parcerias.