Chegado ao topo do poder com 37 anos, José Eduardo dos Santos deixaria a chefia do Estado angolano 38 anos depois.
José Eduardo dos Santos chega à liderança do MPLA e à presidência da República de Angola a 20 de setembro de 1979. Tinha 37 anos.
O sucessor de Agostinho Neto acumulara experiência governativa ao passar pela chefia da diplomacia angolana e pelos postos de vice-primeiro-ministro e ministro do planeamento, depois da independência em 1975.
Angola encontrava-se na altura em guerra com a UNITA, liderada por Jonas Savimbi, e com a África do Sul.
No final dos anos 80 criam-se condições internacionais para o apaziguamento da guerra civil em Angola.
Em 1991, José Eduardo dos Santos e Jonas Savimbi assinam um acordo mediado por Portugal para a realização das primeiras eleições livres e democráticas em Angola.
O sufrágio supervisionado pela Organização das Nações Unidas foi considerado "livre e justo" apesar das falhas mas a UNITA rejeitou os resultados e voltou a pegar nas armas.
Em 2002, com a morte de Jonas Savimbi, a guerra civil em Angola chega ao fim. Em abril os chefes militares do governo e o chefe de Estado Maior da UNITA assinam o acordo que estabelece a paz, sob o olhar de José Eduardo dos Santos, na assembleia nacional.
Os angolanos voltam às urnas em 2008 e em 2010 é alterada a constituição. O presidente passa a ser eleito enquanto cabeça de lista do partido mais votado.
José Eduardo dos Santos candidata-se em 2012 para aquele que seria o seu último mandato presidencial.
Em 2017 sai da chefia do Estado, posto que ocupou durante 38 anos.
No ano seguinte deixa definitivamente a vida política ao ceder a liderança do MPLA a João Lourenço, seu sucessor na presidência de Angola.
Em 2019 instala-se em Barcelona para poder seguir os tratamentos médicos na clínica onde faleceu a menos de dois meses de cumprir 80 anos.