Primeiro-ministro italiano poderá demitir-se esta quarta-feira., após debate parlamentar.
A crise política aberta pela demissão de Mario Draghi está a deixar Itália em suspense. Após o desentendimento com o Movimento 5 Estrelas, o primeiro-ministro italiano deve decidir esta quarta-feira se permanece no cargo.
Mas para que tal aconteça, Draghi terá primeiro de medir o pulso ao parlamento e perceber se união que até agora sustentou o governo de unidade nacional continua unida.
Gaetano Azzariti, professor de Direito Constitucional na Universidade La Sapienza de Roma, acredita que "se, após o discurso do primeiro-ministro no Parlamento e o debate parlamentar,a união for novamente alcançada, isto é, uma nova paz entre todos os partidos que apoiam o atual governo, o governo pode continuar, não direi como se nada acontecesse, mas ainda assim tendo encontrado uma nova força".
No entanto, apesar de para o especialista, esta primeira hipótese ser "a melhor para o governo" é "talvez a menos provável".
De acordo com Azzariti, "a segunda hipótese é essa união não ser alcançada, mas os motivos para as dissidências serem de alguma forma esclarecidos - esse é aliás o objetivo do debate parlamentar - e, nesse momento, é provável que a demissão do governo seja confirmada. Aí a bola volta então ao Presidente da República, que terá de decidir se dissolve diretamente o parlamento ou se faz novas tentativas para encontrar um novo governo. Esta última hipótese de um novo governo é improvável, mas continua a ser o Chefe de Estado a decidir o que fazer".
Se este cenário se concretizar, os italianos terão de voltar em breve às urnas, pois "caso Draghi se demita e confirme a demissão", o presidente Sergio Mattarella vai provavelmente "acelerar muito as coisas e é previsível que, se for resolvido rapidamente", as eleições de onde vai sair o próximo governo de Itália se realizem "no início de outubro, provavelmente domingo, dia 2 de outubro".