Noruegueses pedem controlo estatal dos preços da energia

A Noruega assiste a protestos de populações e autoridades locais, pelo anúncio do encerramento de uma central elétrica a gás.
A central do complexo industrial de Mongstad, que entrou em funcionamento em 2009, foi criticada por ecologistas e outros ativistas. Já esteve para encerrar várias vezes, mas agora levantam-se vozes para a defender, particularmente de empresários e políticos.
A crise da energia está a fazer rever as prioridades, sobretudo porque, apesar de a Noruega não importar energia, os preços não param de subir e podem multiplicar-se várias vezes de região para região.
Marianne Rønning, é agricultora em Tørresvangen, uma zona de preços mais baixos: "Se as empresas e os colegas nossos se afundarem aqui na vizinhança, não ganhamos nada com isso. O Estado não pode ficar parado a ver o que está a acontecer. Eles devem intervir e agir", diz.
Agir é, para muitos políticos noruegueses, seguir o modelo francês, com imposição de limites dos preços dos combustíveis e eletricidade, controlados pelo Estado.
A Noruega é muito mais dependente da energia hidroelétrica para uso interno. Mas a vaga de calor está fazer baixar as reservas e subir os preços.
Em vários meses, as tarifas de eletricidade na Noruega subiram três vezes. Devido à especificidade dos sistemas de rede elétrica locais e à falta de um controlo sério do Estado sobre os preços da energia, pode haver situações em que aldeias a alguns kms de distância podem ter preços muito diferentes. Esta é uma ameaça muito séria para as pequenas empresas.
As plataformas de petróleo e gás da Noruega, no Atlântico Norte, têm estado a trabalhar no limite desde o início da guerra na Ucrânia, para substituir o gás russo em falta na UE, mas, no início de julho, os trabalhadores das plataformas entraram em greve, exigindo um aumento salarial para compensar a inflação. O caso foi rapidamente resolvido, mas isso deu um novo fôlego aos preços do petróleo.