O Instituto Alemão, IFO, analisou cenários que revelam que perder o mercado chinês poderá custar à economia alemã seis vezes mais do que o Brexit
Uma guerra comercial com a China custaria à Alemanha seis vezes mais do que o Brexit.
Este é o resultado da análise de um possível cenário de dissociação económica entre a República Popular da China e a União Europeia e a Alemanha feita pelo Instituto de Investigação Económica, IFO, para a Associação Empresarial da Baviera.
Neste contexto, a mais prejudicada seria a indústria automóvel com perdas superiores a oito mil milhões de dólares. Na última década os construtores alemães venderam em média anualmente 200 mil veículos no mercado chinês.
O setor da engenharia mecânica na Alemanha também teria de enfrentar tempos difíceis e, de acordo com os cálculos do IFO, teria de absorver uma perda de valor acrescentado superior a cinco mil milhões de dólares.
Com o modelo comercial do IFO, foram simulados cinco cenários, incluindo a dissociação dos países ocidentais da China, combinados com um acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos.
O estudo conclui que o acordo comercial transatlântico poderia amortecer os efeitos negativos da dissociação do Ocidente em relação à China nas economias alemã e americana, mas não compensá-los completamente.
No caso de se dissociarem da China, o instituto recomenda que a Alemanha e a União Europeia celebrem parcerias estratégicas e acordos de comércio livre com nações semelhantes.