Em países como França ou Reino Unido, ao já habitual aumento dos abandonos devido às férias, somam-se os efeitos do aumento do custo de vida.
É uma notícia infeliz que se repete todos os verões, um pouco em todo o mundo. O abandono de animais de companhia dispara. Este ano, o número de abandonos aumentou e pensa-se que o aumento do custo de vida tenha vindo juntar-se aos outros fatores. É o que acontece, por exemplo, em França, onde este refúgio para animais começa a esgotar a capacidade.
Diz Aurélie Ithurbide, responsável por um refúgio da Sociedade Protetora dos Animais (SPA) em Orgeval, perto de Paris: "Temos a impressão de que há cada vez mais pessoas que não se querem responsabilizar quando adquirem um animal, ou não pensam em todos os encargos que ter um animal implica, incluindo o custo financeiro de alimentar, cuidar, levar ao veterinário, que é caro, ou ir de férias. Tudo isso tem de ser tido em conta".
Também no Reino Unido a inflação faz com que haja agora mais abandonos e menos adoções. Segundo um estudo, ter um animal de estimação é agora 30% mais caro do que há um ano.
David McAuliffe, dono de cães, não tem dúvidas: "Está tudo mais caro: o gás, a eletricidade, a comida, os combustíveis... é uma luta para tudo. Mas não podemos deixar de cuidar dos nossos animais".
Mais cremações coletivas
Se a vida dos animais se torna mais difícil, também na morte os costumes alteraram-se e há agora mais cremações coletivas, em detrimento dos funerais e cremações individuais. O que aumenta a carga psicológica dos donos, já afetados pela perda do animal, segundo Jason Ward, diretor de um cemitério de animais:
"Os animais são como parte das famílias. Durante a pandemia, as pessoas passaram mais tempo com os animais. Por isso, quando morrem e as pessoas não lhes conseguem dar um funeral ou uma cremação digna, isso faz com que fiquem ainda mais perturbadas", conta.
O conselho repete-se: Em qualquer circunstância, respeitar e não abandonar os amigos, incluindo os de quatro patas.