Dezenas de pessoas engolidas pelas chamas na Argélia

Bombeiros trabalhavam para travar um incêndio em Gouveia, Portugal
Bombeiros trabalhavam para travar um incêndio em Gouveia, Portugal Direitos de autor Joao Henriques/Copyright 2022 The Associated Press
De  Nara Madeira com AP, AFP
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Incêndios matam pelo menos 38 pessoas na Argélia e devastam dezenas de hectares de floresta. Portugal mantém-se em alerta máximo devido ao calor.

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Pelo menos 38 pessoas morreram e mais de duas centenas ficaram feridas, a maioria delas em El Tarf, perto de uma das fronteiras da Argélia com a Tunísia, na sequência dos incêndios que devastam o norte do país. Fogos alimentados pela seca extrema e por uma vaga intensa de calor que têm vindo a agravar-se nos últimos anos.

A situação é catastrófica e não há solução à vista, sobretudo depois de - e por questões políticas ligadas à contenda sobre o Saara Ocidental - o país ter anulado um contrato com uma empresa espanhola de compra de sete aeronaves de combate aos incêndios.

"Morreram sete pessoas carbonizadas dentro deste autocarro. A estrada estava fechada e não houve fuga possível. Não havia para onde fugir (...). O incêndio atingiu toda a região. Entre as vítimas que morreram dentro do autocarro havia crianças. Morreram abraçadas umas às outras".
Mohammad
Jovem argelino

Só em agosto deste ano 106 fogos destruíram mais de dois mil hectares de área florestal, parte deles originados por mão criminosa. Teme-se que o país reviva a tragédia do ano passado quando se registaram 90 mortes e 100.000 hectares de floresta e terras agrícolas consumidos pelas chamas.

Na Rússia, a região de Ryazan, nos arredores de Moscovo, foi também atingida por incêndios, na quinta-feira. As autoridades locais falam em mais de 800 hectares ardidos, o grupo ambientalista Greenpeace aponta para mais de 3.300. A Agência Florestal Nacional responsabilizava as autoridades locais por negligência.

A espessa camada de fumo chegou mesmo à capital do país.

Em Espanha, continuavam ativos, ao início da manhã desta sexta-feira, dois incêndios na região de Valência. Fogos que queimaram mais de 25.000 hectares de floresta e que lavravam já no Parque Natural da Serra Calderona. Na quinta-feira, várias aldeias foram evacuadas.

Em Portugal, o governo anunciou que vai reunir-se, na segunda-feira, com os presidentes de câmara dos cinco concelhos da Serra da Estrela mais afetados pelos incêndios mas as autoridades locais pediam que fosse decretado, de imediato, o estado de calamidade

O fogo estava controlado mas permaneciam no terreno mais de mil bombeiros até porque se espera um aumento das temperaturas. Mais de 70 concelhos da região Centro do país e Algarve estão em risco máximo de incêndio. 

Mais de 26 mil hectares de floresta já arderam na referida região. A Polícia Judiciária identificou, no total, 700 pessoas suspeitas de atearem fogos florestais no país.

Na Sicília, Itália, as autoridades suspeitam de fogo posto em dois incêndios florestais. Dezenas de pessoas deixaram as suas casas, por precaução, entre elas o estilista Giorgio Armani e os seus convidados. O incêndio não destruiu casas para queimou parte da floresta.

Outras fontes • TVE, RAI, VNRP

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