Secretário-geral das Nações Unidas mostrou-se preocupado com ameaça nuclear
Na reunião ministerial do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a situação na Ucrânia, esta quinta-feira, ouviu-se um coro de críticas contra a Rússia.
O secretário-geral da ONU evocou, com preocupação, as mensagens por detrás dos anúncios recentes do presidente russo Vladimir Putin.
"A ideia de um conflito nuclear, em tempos impensável, é agora evocada por alguns. Isso, por si só, é completamente inaceitável", sublinhou António Guterres.
Por outro lado, apelou à responsabilização de alegados crimes de guerra cometidos na Ucrânia.
O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, fez eco das palavras: "não haverá paz sem justiça. Enfatizo que nenhum dos crimes russos na Ucrânia teria sido possível sem o crime de agressão contra a Ucrânia cometido pela liderança russa. Não pode ficar impune e a única maneira viável de levar o presidente Putin e a sua comitiva a julgamento é estabelecer um tribunal especial para o crime de agressão contra a Ucrânia."
Na resposta a Kuleba, o homólogo russo, Sergei Lavrov, atacou a justiça internacional com acusações de que as alegações de crimes cometidos na Ucrânia desde 2014 foram ignoradas: "não temos mais nenhuma confiança no Tribunal Penal Internacional (TPI). Durante os últimos oito longos anos esperámos em vão pela luta contra a impunidade na Ucrânia. Não contamos com a Justiça desta e de outras instituições internacionais. O tempo de espera acabou."
Após uma longa lista de reprovações à Rússia, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, deixou uma pergunta no ar: "como é que esta agressão contra a Ucrânia pelo presidente Putin pode melhorar a vida ou as perspetivas de vida de um único cidadão russo? Um homem escolheu esta guerra. Um homem pode acabar com ela. Se a Rússia parar de lutar, a guerra termina. Se a Ucrânia parar de lutar, a Ucrânia acaba."
Menos duros do que os representantes Ocidentais, os chefes da diplomacia da China e da Índia defenderam a integridade territorial da Ucrânia e apelaram o diálogo como solução para o conflito.