Especialistas dizem que contactos com barcos não são agressões mas curiosidade
Podem ser apenas pancadas nas embarcações, mas também podem destruir parcialmente os lemes ou até provocar um naufrágio, como aconteceu em julho, junto a Sines.
São cada vez mais diversos os relatos de interações com orcas ao largo da costa portuguesa - só este ano, já se contam 46.
"Quando eu lembro da primeira interação dá um susto, mas depois que realizamos e observamos que aquilo ali é uma interação, é uma brincadeira cara, custosa, você fica mais tranquilo porque você sabe que se não reagir elas vão te deixar em paz. Ela vinha devagar, virava o peito para o alto, encostava o focinho no leme. Virava o leme um pouco para o lado. O barco ia e eu não tocava em nada", conta o velejador Arthur Napoleão.
Segundo Miguel Lacerda, presidente da associação ambiental Cascaisea, "basta uma fêmea ter este comportamento frente a uma, duas ou três crias, e essas crias vão olhar para aquilo como um comportamento a fazer".
Recorde-se que as orcas podem atingir até 10 metros de comprimento e ter quase uma dezena de toneladas.
Marina Sequeira, bióloga do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, explica que "o Ministério do Ambiente espanhol contratualizou um projeto para se fazer um estudo e tentar perceber o que vai ser feito. De acordo com as informações que nós temos, aparentemente alguns animais vão ser marcados".
Ao que tudo indica, os comportamentos não são, de facto, agressivos trata-se apenas da curiosidade de um grupo de jovens cetáceos.