Indústria neerlandesa afasta escassez de combustível

Em bombas por toda a Europa, o gasóleo começa a ser mais caro que a gasolina, ao contrário do que tem acontecido até agora. A guerra na Ucrânia não é estranha a esse fenómeo, já que era da Rússia que vinha, até há pouco tempo, grande parte do petróleo usado na produção deste combustível.
Essa é a situação também nos Países Baixos, onde o cenário de escassez está à espreita. Um cenário que é, no entanto, afastado pelos representantes da indústria:
"Isso não vai acontecer nos Países Baixos. Temos uma posição muito favorável, porque produzimos três a quatro vezes mais do que consumimos, mas é verdade que a situação na Europa é preocupante. As reservas estão muito em baixo e prevemos uma queda nas importações de diesel, o que vai levar a maior escassez", diz Erik Klooster, diretor da VEMOBIN (Energy for Mobility and Industry Association), associação do setor no país.
Nas refinarias da região de Roterdão, como esta da BP, o petróleo russo dos Urais era o mais usado para produzir gasóleo. Agora, a petrolífera tem de procurar fontes alternativas, o que nem sempre é fácil. Aqui, produz-se um milhão de litros de gasóleo por hora. O fim do uso do petróleo russo antecipou-se às sanções.
"Antes, um terço do crude que usávamos vinha da Rússia. Parámos de o usar no fim de fevereiro, assim que a terrível situação na Ucrânia despontou", diz Karen de Lathouder, CEO da filial neerlandesa do grupo.
Tanto a Europa como os Estados Unidos começaram a reduzir ou mesmo a cancelar as importações de petróleo russo antes ainda da implementação das sanções, o que pode vir a criar uma situação de escassez e fazer os preços subir ainda mais... uma vez que isto afeta também o transporte, a subida nos preços reflete-se não só nos combustíveis, como em todo o tipo de produtos.