Indústria neerlandesa afasta escassez de combustível

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De  Ricardo Figueira
Refinaria em Gelsenkirchen, Alemanha
Refinaria em Gelsenkirchen, Alemanha   -  Direitos de autor  Michael Sohn/AP

Em bombas por toda a Europa, o gasóleo começa a ser mais caro que a gasolina, ao contrário do que tem acontecido até agora. A guerra na Ucrânia não é estranha a esse fenómeo, já que era da Rússia que vinha, até há pouco tempo, grande parte do petróleo usado na produção deste combustível.

Essa é a situação também nos Países Baixos, onde o cenário de escassez está à espreita. Um cenário que é, no entanto, afastado pelos representantes da indústria:

"Isso não vai acontecer nos Países Baixos. Temos uma posição muito favorável, porque produzimos três a quatro vezes mais do que consumimos, mas é verdade que a situação na Europa é preocupante. As reservas estão muito em baixo e prevemos uma queda nas importações de diesel, o que vai levar a maior escassez", diz Erik Klooster, diretor da VEMOBIN (Energy for Mobility and Industry Association), associação do setor no país.

Isso não vai acontecer nos Países Baixos. Temos uma posição muito favorável, porque produzimos três a quatro vezes mais do que consumimos
Erik Klooster
diretor de associação da indústria petrolífera neerlandesa

Nas refinarias da região de Roterdão, como esta da BP, o petróleo russo dos Urais era o mais usado para produzir gasóleo. Agora, a petrolífera tem de procurar fontes alternativas, o que nem sempre é fácil. Aqui, produz-se um milhão de litros de gasóleo por hora. O fim do uso do petróleo russo antecipou-se às sanções.

"Antes, um terço do crude que usávamos vinha da Rússia. Parámos de o usar no fim de fevereiro, assim que a terrível situação na Ucrânia despontou", diz Karen de Lathouder, CEO da filial neerlandesa do grupo.

Tanto a Europa como os Estados Unidos começaram a reduzir ou mesmo a cancelar as importações de petróleo russo antes ainda da implementação das sanções, o que pode vir a criar uma situação de escassez e fazer os preços subir ainda mais... uma vez que isto afeta também o transporte, a subida nos preços reflete-se não só nos combustíveis, como em todo o tipo de produtos.