Legislativas em Israel entre desânimo dos eleitores e avanço da extrema-direita
Pela quinta vez em menos de quatro anos, os israelitas regressam às urnas. Nas legislativas desta terça-feira, têm pela frente várias escolhas, sendo que uma das mais prementes é o regresso ou não de Benjamin Netanyahu. O antigo primeiro-ministro, acusado de corrupção, tenta voltar ao poder num escrutínio que pode marcar o avanço exponencial da extrema-direita.
A fragmentação do sistema político israelita traduz-se nas palavras de Leon Shvartz, dono de um bar, que considera que não há a mínima hipótese de estas eleições terem um desfecho claro. Salienta que a maior parte das pessoas que conhece está desesperada por não ver um horizonte ou qualquer sinal de estabilidade no país.
Shelly Ashkenazi, estudante, afirma que nem sequer sabe em quem votar e que o sentimento geral é que nenhuma das opções é digna de confiança.
As sondagens mais recentes davam o Likud, o partido de Netanyahu, como o mais votado, mas muito longe da maioria de 60 deputados que exige a Knesset, o parlamento israelita. Resta saber o que acontecerá se se coligar com o Sionismo Religioso, formação de extrema-direita, abertamente anti-árabe e homofóbica.
No entanto, os números do atual chefe de governo, o centrista Yair Lapid (líder do Yesh Atid), têm subido consideravelmente, mas às custas dos votos à esquerda.