Apesar da criação de um fundo para indemnizações das catástrofes climáticas, conferência da ONU termina sem um claro compromisso pelo fim dos combustíveis fósseis.
Acabada a COP27 em Sharm El Sheikh, no Egito, os delegados da conferência das Nações Unidas sobre o clima regressaram a casa com um sentimento misto: Por um lado, foi criado um fundo para as perdas e danos causados por fenómenos relacionados com as alterações climáticas. Por outro não houve qualquer progresso no que toca a estabelecer novos limites, à escala global, para a emissão de gases com efeito de estufa.
O novo fundo vai permitir aos países ricos pagar aos mais pobres e vulneráveis aos desastres climáticos: "Um fundo que esteve em discussão ao longo de tanto tempo", como frisou o presidente da conferência, Sameh Shoukry.
Antecessor não poupa críticas
Apesar da criação deste fundo, a COP 27 causou alguma desilusão, já que não se estabeleceram novos prazos ou novos tetos para a redução ou para o fim da utilização dos combustíveis fósseis. Além disso, a referência às chamadas "energias de baixas emissões" levantou algumas críticas, por fazer com que combustíveis fósseis como o gás natural possam vir a ser considerados "verdes". Essas críticas foram expressas pelo líder da anterior COP.
Alok Sharma, deputado britânico que presidiu à COP26, diz:**"**Quisemos dar passos definitivos em frente e juntar várias partes para propor um certo número de medidas nesse sentido. Fazer com que o pico de emissões aconteça antes de 2025, tal como a ciência nos diz que tem de ser, não está neste texto. Uma continuação da redução do uso do carvão, também não está no texto. Um claro compromisso para acabar com a utilização de todos os combustíveis fósseis, também não. O texto sobre a energia foi enfraquecido nos últimos minutos".
Os peritos insistem que o mundo está à beira de uma catástrofe climática e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa é a única resposta possível.