Ucrânia contra-ataca e mata em Melitopol após ataque russo com drones em Odessa

Tamila Pyhyda chora no funeral do marido em Vysokopillya, Ucrânia
Tamila Pyhyda chora no funeral do marido em Vysokopillya, Ucrânia Direitos de autor AP Photo/Evgeniy Maloletka, Arquivo
De  Francisco Marques
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A ofensiva do Kremlin na Ucrânia mantém as infraestruturas energéticas no alvo e está a deixar ao frio e sem luz milhões de civis ucranianos

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Territórios ocupados pelas forças armadas russas na região de Melitopol, leste da Ucrânia, foram alvejadas esta madrugada por mísseis ucranianos e algumas fontes afetas ao Kremlin garantem ter provocado baixas entre os militares russos.

É mais um amanhecer violento num país ferido gravemente por uma invasão militar iniciada há mais de 290 dias, a 24 de fevereiro. O Kremlin pretende conquistar partes da Ucrânia, mas, revelando alguma incapacidade de derrotar a Ucrânia, tem vindo a privilegiar ataques de médio e longo alcance, com recurso a mísseis de cruzeiro e a drones.

Os alvos, nos últimos meses, têm sido sobretudo infraestruturas essenciais à vida civil dos ucranianos, como centrais energéticas, e isso está a provocar graves danos nas condições de vida na Ucrânia.

Diversas regiões estão a sofrer cortes de energias programados, numa estratégia para melhor gerir o consumo elétrico num país arrasado pela guerra, mas ainda a resistir e a contra-atacar para recuperar o território ocupado em quatro regiões anexadas unilateralmente entretanto pelo Kremlin: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporíjia. Além da Crimeia, em 2014.

"O ponto chave hoje em dia é a energia", sublinhou o Presidente da Ucrânia, na habitual declaração noturna para os ucranianos e para o mundo, salientando que "a situação em Odessa é muito difícil".

"Depois do ataque com drones iranianos, Odessa e outras localidades da região ficaram às escuras. Neste momento, mais de um milhão e meio de pessoas na região de Odessa está sem eletricidade", adiantou Volodymyr Zelenskyy.

Odessa terá sido alvo de ataques de drones este sábado, com as forças ucranianas a revelarem terem abatido pelo menos 10 aparelhos voadores não tripulados, mas que pelo menos cinco teriam conseguido atingir estruturas energéticas da região.

A resposta ucraniana aconteceu depois em Melitopol, onde acampamentos militares russos terão sido atingidos por mísseis ucranianos. As autoridades da região fiéis ao Kremlin falam em dois mortos e uma dezena de feridos.

O secretário-geral da NATO admitiu, entretanto, que a invasão russa da Ucrânia pode progredir "da forma errada" e, se isso acontecer, pode evoluir "de forma terrivelmente errada", transferindo o conflito para uma guerra direta entre a NATO e a Rússia.

O Reino Unido referiu, entretanto, que o Irão se tornou no principal apoio militar do Kremlin e que essa parceria pode intensificar-se nos próximos meses.

O Ministério da Defesa britânico revelou ainda os dados do orçamento de defesa decretado na semana passada por Vladimir Putin, sublinhando um aumento de mais de 30 por cento em 2023, em comparação com anos anteriores, o que considera ser "super otimista" da parte do Presidente russo.

A Reuters adiantou entretanto que a petrolífera estatal russa Gazprom pretende exportar este domingo 42,6 milhões de metros cúbicos de gás para a Europa através da Ucrânia, em linha com o que tem feito nos últimos dias.

Outras fontes • Guardian, France Press, AP

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