2022, o ano das mulheres no cinema

As mulheres estiveram em destaque este ano no mundo do cinema: a Berlinale, a Mostra de Veneza ou o Festival de San Sebastián recompensaram olhares femininos poderosos, inspirados e, muitas vezes, muito politizados. O movimento #MeToo, que começou no mundo do cinema com o caso Weinstein parece, finalmente, estar a dar frutos".
2022 começou em beleza para as mulheres, com um Urso de Ouro em Berlim para a cineasta espanhola Carla Simón pelo filme Alcarràs. O filme é uma homenagem aos pequenos agricultores, passado num verão ensolarado na Catalunha. É um drama contemporâneo com uma preocupação social assumida, como diz a realizadora: "O filme não tem um final feliz, porque não há muita esperança na agricultura familiar neste momento. Mas penso que é também um filme sobre a família e a importância de cuidarmos uns dos outros e de estarmos juntos em momentos de crise", diz Carla Simón.
O Leão de Ouro no Festival de Veneza foi também para um filme eminentemente político: All the Beauty and the Bloodshed é a história da fotógrafa e ativista Nan Goldin e da luta contra contra a família Sackler, que responsabiliza pela crise dos opiáceos nos Estados Unidos.É um filme com a assinatura de Laura Poitras, que ganhou o Óscar de Melhor Documentário em 2014 com Citizenfour, sobre a fuga do denunciador Edward Snowden.
"Documentário é cinema. É sempre. Sou, antes de tudo, uma realizadora e alguém que se preocupa com a política e a justiça. Estou aqui para representar isso mesmo. sob a forma de um filme".
O Festival de San Sebastián também agraciou uma mulher, a colombiana Laura Mora:**"**Foi um filme difícil de realizar. Trabalhámos durante um ano com este fantástico elenco. Eles ensinaram-nos muito sobre a vida, a dificuldade e a beleza da vida", diz a realizadora.
Em Los Reyes del Mundo, Mora mergulha nas profundezas do conflito interno da Colômbia. é um filme sobre cinco jovens dos bairros pobres de Medellín, com atores recutados nes sas mesmas zonas.