Organizações não-governamentais regressam ao Afeganistão

As organizações não-governamentais International Rescue Committee, Save the Children e CARE retomaram, parcialmente, a sua atividade no Afeganistão.
São, sobretudo, os programas relacionados com Saúde, Nutrição e Educação que voltam a realizar-se. As referidas ONGs dizem ter recebido, por parte dos responsáveis talibãs, a garantia de que as afegãs que trabalhavam para estes organismos internacionais poderão voltar a exercer as suas funções sem qualquer tipo de pressão.
International Rescue Committee pede apoio à ONU
Na sua página na internet o Comité Internacional de Resgate, em português, referia que o papel das mulheres no "setor humanitário no Afeganistão, e em todos os contextos" em que trabalham, "é uma necessidade operacional". Sem elas é impossível "avaliar com precisão as necessidades", dar o apoio necessário e criar programas adaptados.
A organização exortava a ONU a manter o compromisso assumido com as autoridades "de facto", de "forma coordenada, para restaurar o status quo" que permitirá aos trabalhadores humanitários locais trabalharem de forma "segura e eficaz", para que todos os "afegãos possam ter acesso a assistência humanitária" que pode salvar vidas.
Save the Children International regressa ao trabalho
A Save de Children é outra das três organizações que regressa, parcialmente, ao trabalho no Afeganistão depois de mais de três semanas de inoperacionalidade. Decisão tomada depois de receberem "garantias claras e fiáveis das autoridades competentes" de que estas funcionárias poderão regressar ao trabalho de forma segura e "sem obstruções". Um responsável do organismo alertava para os desafios criados pelo facto das mulheres estarem impedidas de exercer as suas funções.
Em comunicado a Save the Children explicava que as afegãs representam 50% do seu pessoal no terreno e que, após as declarações de 24 de dezembro do ministro da Economia, o trabalho tinha sido suspenso.
Talibãs bloqueiam "caminho" das afegãs
Em dezembro, as autoridades afegãs começaram por bloquear o acesso das mulheres às universidades públicas ou privadas. Isto apesar de terem garantido, quando assumiram o poder, que os seus direitos seriam respeitados.
Mais tarde, acabariam por decidir o fim do trabalho das mulheres afegãs com organizações não-governamentais por, alegadamente, algumas não respeitarem o código de vestuário. Isto apesar de, agora, garantirem que tudo se tratou de um mal-entendido.
De acordo com organizações internacionais a fome faz parte do quotidiano de metade dos 38 milhões de afegãos e três milhões de crianças estão em risco de subnutrição.