ONU contabiliza mais de 7100 civis mortos na Ucrânia

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy com a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, na cidade de Mikolayv,
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy com a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, na cidade de Mikolayv, Direitos de autor AFP
De  Maria Barradas com Agencies
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A ONU conseguiu contabilizar a morte de 7100 civis na guerra na Ucrânia. A organização reconhece que estes números estão muito aquém da realidade

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As Nações Unidas%3B%20and) elevaram o número de civis mortos na Ucrânia para 7.110 e o número de feridos para 11.547 desde que a guerra começou. 

Cinco pessoas morreram nos bombardeamentos russos de domingo e segunda-feira contra cidades como Kherson ou Kharkiv. Desde o início de 2023 já foram mortas 170.

A maioria das vítimas está concentrada nas regiões orientais de Donetsk e Luhansk, em grande parte ocupadas pela Rússia.

Os bombardeamentos e ataques com artilharia pesada causaram 95% das baixas, enquanto os restantes foram causados por minas terrestres e dispositivos explosivos semelhantes.

A ONU reconhece que o seu registo pode estar muito aquém dos números reais de baixas, especialmente em lugares como Mariupol, Izium, Lisichansk, Popasna ou Severodonetsk, todos no leste da Ucrânia.

A quebra dos tabus

Kiev exige insistentemente mais armas ao ocidente. O presidente, Volodymyr Zelenskyy, que recebeu hoje a visita da primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, em Mikolayv, pede que as entregas sejam aceleradas e que alguns tabus sejam quebrados, tais como a entrega de aviões de combate.

A Alemanha resiste, mas, quase um ano depois da invasão, outros países ocidentais já estão a quebrar o tabu.

O Secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, apelou na segunda-feira à Coreia do Sul para "intensificar" a sua ajuda militar à Ucrânia, sugerindo-lhe que reveja a sua política de não fornecer armas aos países em guerra.

Moscovo reage, dizendo que entregar mais armas à Ucrânia apenas provocaria uma "escalada significativa" do conflito. 

Soldados treinam no Reino Unido

Entretanto, os soldados ucranianos começaram os treinos para operarem com os tanques britânicos Challenger 2.

De acordo com o embaixador ucraniano em França, Vadym Omelchenko, o ocidente aprovou oficialmente "o fornecimento de 321 tanques à Ucrânia".

Este número está próximo do exigido pelo comandante-chefe das Forças Armadas Ucranianas, Valery Zaluzhny, que tinha dito que o exército precisa de pelo menos 300 tanques para levar a cabo uma nova ofensiva.

O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) com sede nos EUA, reconheceu que "a assistência militar prestada pela coligação ocidental liderada pelos EUA tem sido essencial para a sobrevivência da Ucrânia", mas dissociou os atrasos nestes fornecimentos, regularmente criticados por Kiev, dos limitados progressos ucranianos.

Rússia reivindica avanços na região de Bakhmut

O que é inegável é que a Rússia está a tirar partido da demora das armas ocidentais.

O comando ucraniano reconheceu no seu relatório de guerra que "o inimigo está a conduzir operações ofensivas nas direções de Liman, Bakhmut, Avdiivka e Novopavlivka" na região de Donetsk, na Ucrânia.

O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, relatou um avanço russo no sul das regiões de Donetsk e Zaporíjia, onde as tropas russas "ocupavam posições mais favoráveis".

"No âmbito da ofensiva do agrupamento militar do sul na direção de Donetsk, nas últimas 24 horas foram aniquilados mais de 70 militares ucranianos, um tanque, um transporte blindado, dois carros, dois lançadores múltiplos Grad, um howitzer D-30 e um radar AN/TPQ-50 fabricado nos EUA", afirmou.

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Também reivindicou a responsabilidade pela destruição no último dia de uma arma autopropulsionada Gvozdika e um depósito de munições de artilharia do exército ucraniano na região sul de Kherson, onde Kiev tinha relatado um bombardeamento no dia anterior que matou pelo menos três civis e feriu outros dez.

O líder interino russo em Donetsk, Denis Pushilin, disse esta segunda-feira que a tomada da cidade de Blahodatne, a norte de Bakhmut, reivindicada pelo grupo mercenário russo Wagner mas negada pela Ucrânia, permitiu às forças russas "melhorar as suas posições e cortar uma das rotas de abastecimento das unidades ucranianas".

O Ministério da Defesa do Reino Unido publicou esta segunda-feira, 30 de janeiro, o último mapa da situação no terreno.

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