Recep Tayyip Erdoğan deixou garantias ao homólogo finlandês, Sauli Niinistö, que se deslocou a Ancara
O presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, anunciou que a Turquia vai começar a ratificar a adesão da Finlândia à NATO, mas ressalvou que as negociações com a Suécia vão continuar.
Erdoğan reuniu-se, esta sexta-feira, com o homólogo finlandês em Ancara. Deixou a garantia durante uma visita de estado de Sauli Niinistö.
Durante uma conferência de imprensa, o presidente turco acrescentou que espera que o processo possa ficar completo antes das eleições legislativas e presidenciais de 14 de maio.
Tudo indica que a ratificação no parlamento seja fácil, não só porque a oposição não se manifestou contra, mas também porque a coligação do Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), do presidente, com o partido ultranacionalista MHP está em maioria.
A Finlândia e a Suécia pediram para aderir à Aliança Atlântica em maio, pondo termo às políticas de neutralidade e não-alinhamento militar, na sequência da invasão russa da Ucrânia. Mas o processo não tem sido fácil
Erdoğan disse que houve necessidade de separar os dois processos, porque Estocolmo não respondeu às exigências turcas de extraditar pessoas que Ancara considera ligadas a organizações terroristas, como militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
O importante é que a Suécia “se torne um membro da Aliança Atlântica"
Numa reação ao anúncio de Erdoğan, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse acolher “com satisfação a decisão adotada pela Turquia” e sublinhou que “o importante” é que a Suécia se torne um Estado-membro da Aliança Atlântica, mesmo que isso não aconteça ao mesmo tempo que a Finlândia.
Acrescentou, em comunicado, que a adesão “reforçará a segurança da Finlândia, reforçará a segurança da Suécia e reforçará a segurança da NATO.”
Hungria ratifica adesão da Finlândia a 27 de março
O parlamento húngaro votará no próximo dia 27 de março a entrada da Finlândia para a Aliança Atlântica.
A candidatura será aprovada graças à maioria absoluta do Fidesz, o partido do primeiro-ministro Viktor Orbán, que já anunciou que apoia a adesão.
A adesão da Finlândia e da Suécia à NATO está pendente da ratificação da Hungria e da Turquia, os únicos Estados-membros que ainda não deram a “luz verde."