Netanyahu suspende reforma judicial para "evitar guerra civil"

Polícia de intervenção presente nos protestos em Telavive, Israel
Polícia de intervenção presente nos protestos em Telavive, Israel Direitos de autor Oded Balilty/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
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Primeiro-ministro israelita cedeu a semanas de protestos massivos e apelos do Presidente. Manifestações podem continuar enquanto medida for temporária.

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Após semanas de um país a ferro e fogo e paralisado por uma greve nacional, o primeiro-ministro de Israel quebrou o silêncio. Benjamin Netanyahu suspendeu esta segunda-feira, de forma temporária, a votação da polémica reforma judicial.

Dez horas depois da hora marcada para uma declaração ao país, foi um primeiro-ministro visivelmente cansado e cauteloso na escolha das palavras quem apareceu aos israelitas para o tão aguardado anúncio, onde pela primeira vez se ouviu falar de diálogo.

"Por uma questão de responsabilidade nacional e para evitar uma fratura da população, decidi suspender a segunda e terceira leituras da lei, neste mandato do Knesset, deforma a dar tempo a um amplo consenso para aprovar a legislação durante a próxima sessão plenária", afirmou o líder do executivo israelita.

Oposição questiona separação de poderes

Entrando em vigor, o projeto de lei do governo de extrema-direita ia permitir, por exemplo, que o executivo de Netanyahu tivesse uma maior intervenção na escolha de juízes, nomeadamente dos que julgam atualmente o primeiro-ministro por corrupção.

Além de dar à coligação governamental a última palavra sobre todas as nomeações judiciais, a reforma judicial concederá também ao parlamento a autoridade para anular as decisões do Supremo Tribunal com uma maioria básica e limitar a revisão judicial das leis

Com a suspensão da medida, os receios de uma guerra civil estão por agora mais apaziguados, pelo menos em Washington, com a Casa Branca a saudar "este anúncio como uma oportunidade de criar tempo e espaço adicionais para um compromisso".

As concessões de Netanyahu foram no entanto insuficientes para arrefecer os protestos em ebulição dentro de casa. Em Isarel os opositores apelaram a que as manifestações continuem até que a prometida reforma judicial seja totalmente esquecida.

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