Mais de 600 mil na rua e agora também o ministro da Defesa contra Netanyahu

Israelitas exigem o fim da reforma judicial em curso em novo protesto nacional
Israelitas exigem o fim da reforma judicial em curso em novo protesto nacional   -  Direitos de autor  AFP/AHMAD GHARABLI
De  Euronews

Primeiro-ministro de Israel enfrenta divisões no executivo, rejeição nas ruas e Supremo, mas tenta segurar a coligação de governo e a proposta de revisão do sistema judicial

Centenas de milhares de israelitas voltaram este sábado a protestar, pela 12.ª semana consecutiva, contra a reforma judicial proposta pela coligação de governo liderada por Benjamin Netanyahu, que pretende dar ao Knesset, o parlamento israelita, o poder de nomeação de alguns dos juízes do Supremo.

O Ministro da Defesa apelou este sábado ao governo para parar o processo revisão da legislação do sistema judicial, considerando a disputa um perigo para o país depois de alguns reservistas das forças de defesa hebraicas terem passado para o lados dos manifestantes.

Em nome da segurança de Israel, em nome dos nossos filhos e filhas, o processo legislativo deve ser interrompido neste momento.
Yoav Gallant
Ministro da Defesa de Israel

Yoav Gallant concorda com algumas mudanças no sistema judicial, mas alega a falta de debate e consenso em torno de um tema que ameaça dividir ainda mais a sociedade israelita. A reforma exigida por Netanyahu começa também a dar sinais de divisão dentro do próprio executivo.

O primeiro-ministro tenta evitar o desmoronar da coligação e sugeriu uma reformulação governativa, por exemplo, na agora controversa pasta da Defesa.

Ao mesmo tempo, Netanyahu foi intimado pelo Supremo Tribunal de Justiça a responder no espaço de uma semana a uma petição que o acusa de violar um acordo de conflito de interesses que o impedia de participar na revisão judicial do Governo por estar a ser julgado num caso de corrupção.

O Movimento por um Governo de Qualidade de Israel exige que o primeiro-ministro respeite a lei sob pena de ser sancionado com uma multa ou mesmo com a prisão se não o fizer.

"Um primeiro-ministro que não obedece ao tribunal e às disposições da lei é privilegiado e um anarquista", acusou Eliad Shraga, o líder do movimento que apresentou a petição.

Este sábado, pelos menos 630 mil pessoas protestaram nas ruas de várias cidades de Israel, incluindo 200 mil só em Telavive.

Os manifestantes receiam que a reforma judicial de Netanyahu esconda uma transformação do regime político israelita numa ditadura e tentam a todo o custo travar as pretensões do atual governo que inclui forças da extrema direita.

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