Planos do governo esbarram na contestação popular à semelhança do que está a acontecer em França
Cerca de 2 mil trabalhadores saíram às ruas de Praga em protesto contra os planos de reforma governamental do sistema de pensões na Chéquia.
Denunciam o possível aumento da idade de reforma para os 68 anos, quatro anos a mais do que contemplam os planos do presidente Emmanuel Macron em França.
"Não consigo imaginar que aos 68 anos esteja a correr pela enfermaria para tratar de doentes”, confidenciou Martina Netrvalova, enfermeira, em protesto.
Stanislav Jindra, mecânico, acrescentou: “as pessoas deveriam reformar-se para pode usufruir da reforma. É por isso que o limite da idade de reforma é tão importante."
Os sindicalistas defendem a reforma antecipada para profissões exigentes.
A manifestação decorreu de forma pacífica, sem violência.
"Penso que este protesto, as reações dos cidadãos e as sondagens que se estão a fazer sobre este assunto serão umas das razões por que a idade de reforma não aumentará”, referiu Josef Stredula, líder da confederação de sindicatos da Chéquia-Morávia.
Participaram no protesto líderes de partidos da oposição com e sem assentos no parlamento, incluindo o antigo primeiro-ministro Andrej Babiš.
"Ficaria muito contente se estes protestos não acontecessem. Gostaria de ver as coisas resolvidas através do debate. Se não conseguirmos, o problema será ainda maior”, lembrou Josef Stredula.
Os sindicatos querem negociar mais com o governo sobre a reforma do sistema de pensões, caso contrário, ameaçam com protestos mais contundentes em todo o país.