Análise: confirma-se que migrantes bloquearam uma estrada em Calais?

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De  Sophia Khatsenkova
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O vídeo partilhado por um líder da extrema direita britânica revela-se falso

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Um vídeo que alegadamente mostra migrantes a bloquear a travessia do Canal entre a Grã-Bretanha e a França tornou-se viral no Twitter depois de um político britânico de extrema-direita o ter partilhado

Publicado por Paul Golding, o líder do "Britany First", um coletivo da extrema-direita britânica, o vídeo teve mais de 500.000 visualizações. Golding afirma erroneamente que mostra "migrantes ilegais em Calais a atirar pedras para parar os camiões para que possam saltar a bordo e entrar à socapa na Grã-Bretanha".

Todos os anos milhares de requerentes de asilo tentam atravessar o Canal da Mancha para chegar ao Reino Unido. No ano passado, cerca de 46.000 migrantes atravessaram usando pequenas embarcações - uma viagem perigosa e às vezes mortal.

A cidade francesa de Calais e o Canal tornaram-se um símbolo da crise dos refugiados na Europa. Uma crise frequentemente explorada por figuras políticas e, neste caso particular, pela extrema-direita britânica.

A Euronews fez uma pesquisa de imagem inversa e chegámos ao clip original no Twitter. Diz respeito ao mês de Julho de 2019 e foi publicado por uma cadeia de notícias israelita. 

A legenda traduzida é a seguinte: "O protesto da comunidade etíope. Manifestantes atiram pedras no cruzamento de Gedera"

Gedera é uma cidade localizada no centro de Israel e conseguimos geolocalizar onde este protesto aconteceu atavés do Google maps.

Alguns antecedentes destes protestos: em 2019, milhares de manifestantes saíram às ruas de várias cidades de Israel depois de um israelita de origem etíope, com 19 anos, ter sido morto por um agente da polícia fora de serviço. 

A morte do homem levantou acusações de racismo e brutalidade policial em Israel. Dezenas de milhares de judeus etíopes foram trazidos para Israel nas décadas de 1980 e 1990

Este exacto vídeo já tinha sido utilizado numa campanha de desinformação semelhante contra migrantes pela extrema-direita francesa em 2019. A cidade de Calais chegou mesmo a lançar um processo judicial numa tentativa de processar a conta que originalmente publicou o vídeo enganador em 2019.

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