EventsEventosPodcasts
Loader
Encontra-nos
PUBLICIDADE

Protestos contra Macron não se calam no dia da vitória

Emmanuel Macron homenageia Jean Moulin, em Lyon
Emmanuel Macron homenageia Jean Moulin, em Lyon Direitos de autor Laurent Cipriani/AP
Direitos de autor Laurent Cipriani/AP
De  Teresa Bizarro
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Apesar das manifestações em França estarem proibidas neste 8 de maio, milhares saíram à rua em Lyon

PUBLICIDADE

O calendário assinala o aniversário do dia da vitória dos aliados sobre a Alemanha nazi em 1945. Depois de uma comemoração bastante solitária nos Campos Elísios quase vazios, em Paris, o presidente francês prestou homenagem à Resistência e ao seu líder, Jean Moulin, em Lyon, que esteve preso na prisão de Montluc pelos alemães.

Emmanuel Macron contou com a polícia para manter longe a resistência que nos dias de hoje marca presença quase diária nas ruas contra as políticas do governo francês.

Entre 3 mil e 5 mil pessoas desafiaram a proibição de manifestação e fizeram-se ouvir.

"É insuportável que pegue no nosso herói da resistência Jean Moulin, e que se tente reabilitar, quando está a fazer exactamente o contrário daqilo por que Jean Moulain lutou," diz um dos manifestantes à Euronews.  Ao lado, resista-se o momento como incoerente: "comemorar enquanto o presidente está a oprimir completamente o seu povo e a privilegiar uma parte da população, é risível, é absurdo," desabafa outro manifestante acrescentando que  protesta "pela falta de democracia, pela falta de partilha e igualdade" no governo francês.

A reforma do sistema de pensões voltou a dar o mote ao protesto desta segunda-feira. Pelo menos três pessoas foram detidas em Lyon após desacatos com a polícia.

Destuição "inaceitável" em dia de memória

As janelas da Junta de Freguesia do terceiro bairro de Lyon foram partidas, vidros de carros foram destruídos e a polícia utilizou gás lacrimogéneo em várias ocasiões.

"As crianças de Izieu e os milhões de mortos da Segunda Guerra Mundial merecem silêncio e respeito. Não a indignidade. Há um tempo para tudo", afirmou no Twitter o ministro francês da Justiça, Eric Dupond-Moretti, que estava presente na cerimónia, enquanto o presidente do Senado francês, Gérard Larcher, disse que tais manifestações eram "inaceitáveis" neste dia de memória.

A várias centenas de metros dos manifestantes, Emmanuel Macron efectuou a sua visita sem obstáculos.

Acompanhado por Claude Bloch, de 94 anos, o último sobrevivente de Auschwitz a viver em Lyon, e pelos combatentes do crime nazi Serge e Beate Klarsfeld, visitou a cela de Jean Moulin, preso pelo chefe da Gestapo local, Klaus Barbie. Os registos mostram que foi duramente torturado, manteve-se em silêncio e morreu devido aos ferimentos a 8 de Julho de 1943, no comboio que o transportava para a Alemanha.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Milhares de passageiros afetados pelos atos de sabotagem coordenados à linha ferroviária em França

O lado oculto dos Jogos Olímpicos de Paris 2024

Tribunal Europeu dos Direitos Humanos diz que França pode punir quem paga por sexo