Vai Roma abandonar "A Nova Rota da Seda"?

A iniciativa "A Nova Rota da Seda" assinada pelo anterior governo italiano expira no próximo ano
A iniciativa "A Nova Rota da Seda" assinada pelo anterior governo italiano expira no próximo ano Direitos de autor GREG BAKER/AFP or licensors
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A primeira-ministra italiana parece não querer renovar a iniciativa chinesa, mas que implicações é que isso pode ter para Itália? Duas especialistas respondem.

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A Itália parece estar numa encruzilhada: deve renovar a iniciativa chinesa "A Nova Rota da Seda", assinada pelo governo anterior e que expira no próximo ano? Ou não deve renovar para se reaproximar de Washington? A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, parece querer desistir, mas quais são os riscos para a Itália? A não renovação pode ser considerada violação contratual?

"O Memorando de Entendimento não é um contrato, portanto não há implicações legais ou obrigações que as duas partes devam respeitar. Mas é acima de tudo um acordo que tem um significado particularmente político para China e Itália. Lançado há mais de dez anos, centenas de acordos foram assinados. O significado político deste acordo pode ter um impacto nas relações políticas entre a China e a Itália", afirma Silvia Menegazzi, professora na Universidade Luiss-Guido.  

Permanecer na esfera de influência da China, não agradará à Casa Branca... E acontece numa altura em que Bruxelas quer romper gradualmente com a dependência comercial face a Pequim, mas Meloni não quer cortar definitivamente com a China para não prejudicar as empresas italianas. É provável que outros acordos com a China sejam assinados, mas desta vez exclusivamente comerciais.

Quanto aos laços com os Estados Unidos, o presidente Joe Biden lançou um grandioso plano de recuperação económica de mais de 7 biliões de euros. E muitas empresas italianas querem uma fatia do bolo. Mas, para isso, Roma tem de demonstrar que é um aliado confiável.

Será que a Itália arrisca um desastre económico por não renovar esta iniciativa?

"Ele carrega alguns riscos económicos marginais, mas não espero que esses riscos económicos sejam enormes. Talvez possamos ver ações contra, por exemplo, marcas de luxo na China por meio de um boicote, mas vejo isso como um risco muito marginal. Se a China não vir isso como algo prejudicial aos seus interesses centrais, provavelmente não veremos muito", diz Francesca Ghiretti, analista no think tank alemão Mercator Institute for China Studies (MERICS). 

A Itália não tem muito tempo. Há uma cimeira do G7 no dia 19 e Meloni terá de reafirmar o seu compromisso aos aliados ocidentais.

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