Guerra pela informação no centro da agenda política dos vizinhos da Rússia

Manifestação em frente ao Parlamento da Geórgia, em Março
Manifestação em frente ao Parlamento da Geórgia, em Março Direitos de autor Vano SHLAMOV / AFP
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De  Euronews
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Invasão russa da Ucrânia pôs a guerra pela informação no centro da agenda política dos países vizinhos da Rússia.

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Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em grande escala, que a guerra pela informação está a ocupar um lugar cada vez mais central na agenda política dos países vizinhos da Rússia.

Vários políticos falam de "propaganda" e "desinformação", enquanto há analistas que frisam que as opiniões pró-Kremlin são promovidas, ativamente, pelas forças políticas locais. 

O governo da Geórgia, por exemplo, tem sido acusado de se deixar influenciar pela Rússia e de servir os interesses de Moscovo. Dustin Gilbreath, diretor-adjunto de investigação dos Centros de Investigação do Cáucaso afirmava que o governo georgiano tem um discurso, "claramente", antiocidental, "insultando", regulamente, "dirigentes dos EUA", e da "União Europeia, dizendo que os EUA estão a tentar atrair a Geórgia para a guerra". Gilbreath frisava que "são muito poucas as pessoas que acreditam nestas narrativas" mas, "há quem comece a acreditar nelas".

Régis Genté, jornalista e observador dos assuntos dos países pós-soviéticos, explicava que a Rússia "não tentou convencer os georgianos" mas, de certa forma, "está a trabalhar" com os seus "dirigentes". Genté alertava que é preciso estar atento ao que se passa no país e que "as próximas semanas e meses" poderão ser, "provavelmente, turbulentos e tensos".

O material pró-russo difundido, desempenha o seu papel no confronto entre a oposição e as autoridades da Moldávia. Neste caso, os políticos também se queixam da propaganda. A sociedade está dividida por uma controvérsia, que dura há décadas, entre os apoiantes dos vetores de desenvolvimento europeu e os pró-russo.

Felix Hett Representante, representante da Fundação Friedrich-Ebert-Stiftung na Moldávia, referia que a "maior ameaça", para o atual governo moldavo, "é o regresso ao poder das velhas forças políticas oligárquicas, cleptocráticas e orientadas para a Rússia". Esse é, no seu entender, "o maior problema", elas "utilizam ou instrumentalizam as narrativas russas para promover a sua própria agenda política interna".

Para combater a desinformação a Presidente da Moldávia propôs a criação de um "Centro de Patriotismo" nacional. Maia Sandu acusou, recentemente, Moscovo de estar a preparar um golpe de Estado e de tentar desestabilizar o país. A Rússia rejeita estas afirmações, declarando que não interfere nos assuntos internos de outros Estados.

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