Invasão russa da Ucrânia pôs a guerra pela informação no centro da agenda política dos países vizinhos da Rússia.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em grande escala, que a guerra pela informação está a ocupar um lugar cada vez mais central na agenda política dos países vizinhos da Rússia.
Vários políticos falam de "propaganda" e "desinformação", enquanto há analistas que frisam que as opiniões pró-Kremlin são promovidas, ativamente, pelas forças políticas locais.
O governo da Geórgia, por exemplo, tem sido acusado de se deixar influenciar pela Rússia e de servir os interesses de Moscovo. Dustin Gilbreath, diretor-adjunto de investigação dos Centros de Investigação do Cáucaso afirmava que o governo georgiano tem um discurso, "claramente", antiocidental, "insultando", regulamente, "dirigentes dos EUA", e da "União Europeia, dizendo que os EUA estão a tentar atrair a Geórgia para a guerra". Gilbreath frisava que "são muito poucas as pessoas que acreditam nestas narrativas" mas, "há quem comece a acreditar nelas".
Régis Genté, jornalista e observador dos assuntos dos países pós-soviéticos, explicava que a Rússia "não tentou convencer os georgianos" mas, de certa forma, "está a trabalhar" com os seus "dirigentes". Genté alertava que é preciso estar atento ao que se passa no país e que "as próximas semanas e meses" poderão ser, "provavelmente, turbulentos e tensos".
O material pró-russo difundido, desempenha o seu papel no confronto entre a oposição e as autoridades da Moldávia. Neste caso, os políticos também se queixam da propaganda. A sociedade está dividida por uma controvérsia, que dura há décadas, entre os apoiantes dos vetores de desenvolvimento europeu e os pró-russo.
Felix Hett Representante, representante da Fundação Friedrich-Ebert-Stiftung na Moldávia, referia que a "maior ameaça", para o atual governo moldavo, "é o regresso ao poder das velhas forças políticas oligárquicas, cleptocráticas e orientadas para a Rússia". Esse é, no seu entender, "o maior problema", elas "utilizam ou instrumentalizam as narrativas russas para promover a sua própria agenda política interna".
Para combater a desinformação a Presidente da Moldávia propôs a criação de um "Centro de Patriotismo" nacional. Maia Sandu acusou, recentemente, Moscovo de estar a preparar um golpe de Estado e de tentar desestabilizar o país. A Rússia rejeita estas afirmações, declarando que não interfere nos assuntos internos de outros Estados.