Ucrânia e Rússia culpam-se mutuamente pelo rebentamento da barragem de Kakhovka, no rio Dniepre. O secretário-geral da ONU descreveu o facto como "mais uma consequência devastadora" da invasão russa da Ucrânia.
A destruição da barragem de Kakhovka, na Ucrânia, provocou uma sessão urgente do Conselho de Segurança da ONU. O secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu o facto como "mais uma consequência devastadora" da invasão russa da Ucrânia. Moscovo e Kiev acusam-se mutuamente de terem provocado a explosão na estrutura.
"Na noite de 6 de Junho, o regime de Kiev cometeu um crime impensável. Explodiu a barragem da central hidroeléctrica de Kakhovka, provocando uma descarga descontrolada de água a jusante do rio Dnieper," afirmou o embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya.
"Gostaria de referir que a Rússia controla a barragem e toda a central hidroeléctrica de Kakhovka há mais de um ano. É fisicamente impossível fazer explodir a barragem a partir do exterior através de bombardeamentos. Foi minada pelos ocupantes russos e eles fizeram-na explodir," declarou o embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya.
"Quero sublinhar que a liderança das forças armadas da Ucrânia tinha declarado abertamente a sua disponibilidade para fazer explodir esta barragem, para obter uma vantagem militar, já no ano passado," adiantou o embaixador da Rússia na ONU.
"Este é um ato terrorista contra infraestruturas críticas ucranianas que visa causar o maior número possível de vítimas civis e de destruição," considerou o embaixador da Ucrânia na ONU.
Tanto as autoridades russas como ucranianas utilizaram termos como "desastre ecológico" e "ato terrorista" para descrever a torrente de água que jorra da barragem destruída e esvazia o reservatório a montante, que é um dos maiores do mundo.