Paris recebe a Cimeira para um novo Pacto de Financiamento Global

Torre Eiffel vestida de turbina eólica para chamar a atenção dos líderes que se reúnem em Paris para falar de combate à pobreza em contexto de alterações climáticas.
Torre Eiffel vestida de turbina eólica para chamar a atenção dos líderes que se reúnem em Paris para falar de combate à pobreza em contexto de alterações climáticas. Direitos de autor LUDOVIC MARIN/AFP or licensors
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A Cimeira para um novo Pacto de Financiamento Global começa esta quinta-feira, com a presença de dezenas de líderes políticos e financeiros, mas os ativistas mostram ceticismo quanto ao resultado.

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A Torre Eiffel foi transformada, pelos ativistas do clima, numa aparente turbina eólica para enviar uma mensagem aos líderes antes de uma cimeira sobre como ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar os desafios financeiros das alterações climáticas.

A restruturação da dívida está entre as propostas na agenda, mas os ativistas estão cautelosos com as falsas promessas.

Patience Nabukalu, ativista do movimento "Fridays for Future" não esconde o ceticismo: "Vimos como os líderes estão a prometer que vão trabalhar com as nações em desenvolvimento, que vão reformar as suas finanças, que vão levar fundos para as nações em desenvolvimento. Tudo isto são falsas promessas. Estes líderes são muito claros quando dizem que não estão dispostos a ajudar as nações em desenvolvimento, mas sim a vendá-las com falsos desenvolvimentos através de investimentos em dívida".

Cerca de 50 chefes de Estado e de governo, líderes financeiro e ativistas do mundo inteiro vão juntar-se à Cimeira para um Novo Pacto de Financiamento Global, na capital francesa, na quinta-feira. Em discussão estará essencialmente a reforma dos bancos mundiais de desenvolvimento - FMI e Banco Mundial - no contexto de um planeta em aquecimento.

Neste contexto, estará sobre a mesa também a restruturação da dívida e a redução da pobreza.

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, o novo presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, e as ativistas climáticas Greta Thunberg e Vanessa Nakate também deverão estar presentes.

Há quem duvide que a cimeira liderada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, consiga dar passos importantes para corrigir estes desafios.

Masood Ahmed, presidente do Centro para o Desenvolvimento Global, um grupo de reflexão em Washington, não espera grandes ações concretas do encontro, mas um amplo consenso de que "temos de pensar muito mais alto, muito mais corajosamente. Precisamos de estar dispostos a mudar".

No entanto, tem sido difícil reunir a vontade política para gastar o dinheiro dos contribuintes no combate às alterações climáticas, disse Ahmed, antigo funcionário sénior do FMI e do Banco Mundial, dando exemplos: "Nos Estados Unidos, não temos atualmente no Congresso o tipo de apoio que seria desejável para uma grande iniciativa global sobre o clima", afirmou, defendendo que "isso torna mais difícil para as pessoas traduzirem uma estratégia sensata, uma estratégia necessária, um conjunto de ações críticas em ações legislativas que ponham dinheiro na mesa".

Lutar contra a pobreza e enfrentar os desafios climáticos

Os organizadores franceses querem mostrar que podem continuar a lutar contra a pobreza e enfrentar os desafios das alterações climáticas ao mesmo tempo.

A cimeira deverá terminar com um resumo dos compromissos, incluindo um roteiro sobre o que esperar da reunião deste ano do Grupo das 20 principais economias e da conferência da ONU sobre o clima.

Mas os defensores do clima dizem que querem ver compromissos mais significativos, como novas verbas para ajudar as nações vulneráveis ao clima a construir infraestruturas sustentáveis ou a reafetação dos fundos existentes a novos projetos relacionados com o clima.

Um dos maiores desafios será reunir nações com interesses divergentes e tensões geopolíticas crescentes, incluindo os EUA e a China.

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