Mas o tribunal de Praga considerou que o ato cometido por Martina Bednarova não constitui um crime e que o despedimento é castigo suficiente para o facto de ter falhado como professora.
Pouco depois da invasão russa da Ucrânia, a professora Martina Bednarova disse aos seus alunos do primeiro ciclo que não havia guerra na Ucrânia. Também lhes disse, repetindo a propaganda russa, que os ucranianos têm estado a assassinar, queimar e esfolar vivos cidadãos russos no Donbass desde 2014. Agora foi julgada.
"Ela negou a guerra declarando, por exemplo, que não estava a acontecer nada em Kiev. Kiev foi o principal alvo do ataque de 25 de fevereiro", afirmou Richard Petrasek, advogado.
Os alunos gravaram as suas afirmações e a professora foi despedida. Foi igualmente acusada de negar, aprovar e justificar o genocídio.
"É óbvio que vocês também não entendem o que digo, quando digo que não vou comentar e quando digo: 'Obrigada. Acabou-se'", diz Martina Bednarova, antiga professora do 1º ciclo.
"A professora é vítima da propaganda de guerra russa, de várias conspirações, e acreditou tanto nisso que começou a trazê-la para a escola e a metê-la na cabeça das crianças, o que eu considero inaceitável", realça o analista Roman Maca.
O tribunal considerou que o ato da arguida não constitui um crime, que falhou como professora, mas que o despedimento é castigo suficiente. A escola recusou-se a comentar o caso.
"A professora perdeu o contacto com a realidade e é problemático que alguém assim ensine crianças. Provavelmente, seria errado alguém que ensinasse física afirmar que a Terra é plana", compara Roman Maca.
"O tribunal absolveu a arguida Martina Bednarová, que sempre negou ser culpada e afirmou tratar-se apenas da sua opinião. Em contrapartida, a acusação vai recorrer", conclui o correspondente da Euronews em Praga, Jiri Skacel.