Pilotos ucranianos devem começar a dominar os caças F-16 no outono

Um F-16 em treino
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Artigo publicado originalmente em francês

A entrega de F-16 por Joe Biden permitirá à Ucrânia recuperar a vantagem? Será preciso esperar pelo outono para que os pilotos ucranianos recebam formação.

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A Roménia é o mais recente país a começar a treinar pilotos de caças F-16, nomeadamente para as forças armadas ucranianas. O anúncio foi feito por Bucareste. Há semanas que a Ucrânia afirma que precisa deste avião americano, o mais utilizado no mundo, para combater a invasão russa. A 19 de maio, depois de inúmeras recusas, Joe Biden deu luz verde à entrega de aviões de combate à Ucrânia, incluindo este tipo de aparelhos.

Desequilíbrio da força aérea

Mas porque é que Volodymyr Zelensky estava tão desesperado por estes aviões? Kiev tem dificuldade em impor-se no ar e os F-16 permitir-lhe-iam recuperar o controlo dos céus e fornecer apoio aéreo às tropas terrestres. Segundo o site de análise militar Global Firepower, no início de janeiro a Ucrânia tinha menos de 190 aviões operacionais, contra mais de 2.000 da Rússia.

Quando estamos a manobrar", explica Jean Pierre Maulny, diretor-adjunto do Institut de relations internationales et stratégiques (IRIS), "podemos estar a bombardear as forças inimigas com artilharia. Vemos as suas manobras. E a utilidade destes aviões de combate é que podem atingir as forças russas que estão a manobrar em frente".

Léo Péria-Peigné, investigador do Centro de Estudos de Segurança do Ifri, acrescentava que há três formas principais de utilizar os F-16: "Para apoio terrestre, para atacar os russos quando estes estão a atacar ou para apoiar um ataque ucraniano, a fim de intercetar aviões de combate que possam entrar no seu espaço aéreo, ou mesmo, eventualmente, com determinadas munições, para intercetar mísseis e drones que ameacem pontos sensíveis".

Formação, um ponto-chave que levará tempo

Desde o aval dos EUA, vários países têm procurado ajudar a Ucrânia a treinar os seus pilotos de F-16.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, indicava, no final de maio, que a Polónia já tinha começado a fazê-lo e que vários países estavam dispostos a fornecer estes caças à Ucrânia.

Os Países Baixos esperam poder formar pilotos ucranianos já no próximo verão.

A Dinamarca também se prepara para formar pilotos no seu território. A formação e o tempo que demorará, é uma questão fundamental.

"Os pilotos são parte do problema", explicava Léo Péria-Peigné: "É claro que temos de formar o pessoal de terra, ou seja, os mecânicos, mas também temos de integrar o sistema e as suas armas naquilo a que chamamos de sistema de identificação de amigo-inimigo, que é uma questão muito importante. Para que o sistema de defesa aérea ucraniano (...) não dispare contra os seus próprios aviões. Estamos a lidar com um sistema que, apesar de ter 40 ou 50 anos, continua a ser bastante complexo. Todos estes factores fazem com que um período de integração de quatro meses não pareça absurdo. É frequente haver dois pilotos, ou mesmo duas equipas completas por avião. Há um piloto a bordo, entre dez e vinte mecânicos, no mínimo, e ainda técnicos de terra que se ocupam do resto".

"São também pilotos que treinam outros pilotos", acrescenta Jean Pierre Maulny. "Por isso, é preciso arranjar tempo nos exércitos ocidentais para formar pilotos ucranianos".

Há quem espere que estes aviões, que entraram em serviço nos Estados Unidos no final dos anos 70, marquem um ponto de viragem nesta guerra. A entrega dos F-16 e a formação do pessoal militar ucraniano nestes aviões estarão no centro da cimeira da NATO em Vilnius, a 11 e 12 de julho.

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