Apesar do esforço dos bombeiros e meios aéreos, o combate às chamas está a ser dificultado pelo vento.
Mais de 50 incêndios florestais estão a arder na ilha mediterrânica da Sardenha.
Algumas áreas de cidades e vilas da costa leste da ilha foram evacuadas. 600 pessoas deixaram as residências por causa das chamas.
Os turistas que se encontravam em parques de campismo, estâncias de luxo, hotéis e até restaurantes nas proximidades também foram convidados a abandonar os locais.
Uma mulher de 70 anos ficou ferida depois de ter decidido ficar em casa, na localidade de Bolotana. Foi resgatada pelos serviços de emergência esta segunda-feira.
Seis equipas de bombeiros, incluindo 30 agentes e 12 veículos, foram destacadas para a região, enquanto vários aviões Canadair lançaram água sobre o fogo, no domingo, com pouco ou nenhum resultado.
"Apesar do grande destacamento de bombeiros, a situação é verdadeiramente dramática", declarou o vereador de Posada, Giorgio Fresu, citado pelos meios de comunicação locais. "O vento está a soprar tão forte que não é uma luta justa", acrescentou.
Prevê-se que o vento perca força para aliviar o trabalho dos bombeiros.
A costa sul e o território que rodeia a principal cidade da ilha, Cagliari, também foram afetados pelas chamas, alimentadas por ventos que atingiram 100 km/h no domingo.
Uma zona protegida onde se encontram centenas de flamingos, uma das atrações da região e um símbolo da cidade, ficou ameaçada.
O presidente da Câmara anunciou o encerramento de todos os parques e cemitérios como medida de prevenção.
Tal como no caso da Sicília, outra ilha italiana recentemente atingida por incêndios devastadores que levaram ao encerramento temporário dos seus principais aeroportos, a origem dos incêndios na Sardenha ainda não é clara - embora alguns suspeitem de fogo posto.
O presidente da região, Christian Solinas, disse que não se pode excluir que os incêndios tenham sido causados por um ato deliberado.
O presidente da câmara da cidade de Muravera, citado pelos meios de comunicação social locais, apelou a uma punição severa para os envolvidos, caso se prove que foi fogo posto.
O governo italiano está atualmente a trabalhar no sentido de introduzir penas mais duras para os incendiários, com um novo projeto de lei.
De acordo com o novo texto da lei, a pena para quem provocar intencionalmente um incêndio numa floresta ou bosque em Itália será aumentada para um mínimo de 6 anos de prisão, em vez do atual mínimo de 4 anos.
Quem atear acidentalmente um incêndio será punido com uma pena de prisão de 1 a 2 anos.