Balanço de mortos do sismo já ultrapassa os 2800. Sobreviventes de aldeias no Atlas dizem-se abandonados
A aldeia de Imi N'Tala, nas montanhas do Alto Atlas, a sul de Marraquexe, é um exemplo flagrante do que se vive em Marrocos, onde o balanço de mortos do sismo já ultrapassa os 2800.
Grande parte desta localidade foi arrasada e, apesar de já ter chegado ajuda espanhola e britânica, não tem sido suficiente para resgatar sobreviventes. Muitos habitantes perguntam, em revolta, porque é que o governo não deixa entrar mais apoio internacional.
"Sentimo-nos completamente abandonados, ainda não veio ninguém aqui. As nossas casas caíram, não temos para onde ir. Onde é que esta gente vai viver?", pergunta uma sobrevivente.
Outro residente explica que "as pessoas que vieram ajudar a escavar são os habitantes. Novos, velhos, de aldeias vizinhas, vieram escavar com as mãos".
Tudo indica que o balanço de vítimas possa agravar-se consideravelmente, à medida que se vai acedendo a aldeias que estão isoladas.
A UNICEF estima que foram afetadas cerca de 100 mil crianças. Tem havido réplicas sísmicas, ou seja, o perigo continua.
Há cada vez mais pressão em torno do governo marroquino, que aceitou ajuda de apenas quatro países - Espanha, Reino Unido, Qatar e Emirados Árabes Unidos - por considerar que a coordenação no terreno pode tornar-se caótica.
Mas há associações a retirar a oferta de ajuda porque o tempo útil para encontrar sobreviventes está a esgotar-se.