Presidente turco está na Grécia para relançar as relações há muito tensas, questões migratórias no centro do debate.
A Grécia e a Turquia acordaram, na quinta-feira, relançar as suas relações, estabelecendo um roteiro destinado a dar início a uma nova era nos laços entre os dois aliados da NATO, mas inimigos históricos.
Numa visita emblemática do Presidente turco Tayyip Erdogan a Atenas, ficou firmada a intenção de manter relações de boa vizinhança, manter canais de comunicação abertos, aumentar o volume de trocas comerciais e trabalhar em questões que os têm afastado, nomeadamente no Mar Egeu.
Um acordo crucial centra-se na migração, estabelecendo canais de comunicação entre as guardas costeiras dos dois países.
O Primeiro-ministro grego explicava que têm assistido a "uma redução substancial dos fluxos" migratórios. Facto que resulta "da vigilância sistemática das fronteiras marítimas e terrestres" e da "cooperação muito maior entre a polícia e a guarda costeira de ambos os países". Ainda assim, Kyriakos Mitsotakis assumia que "esta cooperação pode e tem de ser melhorada".
Para o chefe de Estado turco, e naquela que é a sua primeira visita ao país desde 2017, é natural que haja diferenças de opinião entre dois países vizinhos, mas há sempre uma solução.
Para a Turquia a Grécia considera, injustamente, todo o mar Egeu como um "mar grego", ignorando os direitos turcos enquanto Estado costeiro.
Atenas diz que o seu único diferendo com Ancara se prende com a delimitação da plataforma continental e das zonas económicas exclusivas.
Mas as diferenças permanecem também no que diz respeito a Chipre. Erdogan defende uma solução para a questão cipriota "com base nas realidades da ilha", o que implica uma solução de dois Estados. Enquanto Mitsotakis afirma que a única solução é a que assenta na reunificação da ilha, com base nas resoluções da ONU.