Enviados de Israel e Hamas discutem nova trégua e libertação de reféns

Ismail Haniyeh, lider político do Hamas
Ismail Haniyeh, lider político do Hamas Direitos de autor Hatem Moussa/AP
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Representantes de Israel e Hamas discutem no Egito nova trégua e libertação de reféns. Os dois lados mantêm, porém, posições muito distantes que vão dificultar qualquer decisão.

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Ismail Haniyeh, o líder político do Hamas, viajou esta quarta-feira para o Cairo para conversações com representantes israelitas, depois de Israel ter sinalizado que poderia aceitar nova trégua na Faixa de Gaza em troca da libertação de reféns.

Haniyeh, que vive no Catar, intervém publicamente nas negociações apenas quando há progressos, assinalam as agências internacionais: em novembro, antes de ter sido acordado o primeiro e único cessar-fogo até ao momento no conflito Israel-Hamas, o líder do Hamas também viajou para o Egito.

Também a Jihad Islâmica, um grupo mais reduzido de militantes palestinianos, que também tem reféns em Gaza, anunciou que o seu líder viajaria para o Egito nos próximo dias para discutir o eventual fim da guerra.

John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos da América, já veio dizer que as discussões em curso para uma eventual pausa nas hostilidades são "muito sérias". 

Uma fonte com conhecimento das negociações revelou que os enviados dos dois lados estão a discutir quais dos reféns que continuam em Gaza poderiam ser libertados numa nova trégua e também quais os prisioneiros que Israel poderia, em troca, colocar em liberdade.

Israel insiste que todas as mulheres e homens doentes entre os reféns devem ser libertados, acrescentou a mesma fonte, que revelou ainda que as conversações têm sido intensas e que poderá haver nos próximos dias uma decisão.

Porém, Hamas e Israel têm defendido posições muito distintas e difíceis de conciliar, pelo menos publicamente: o Hamas rejeita qualquer pausa temporária e diz que só discutirá um cessar-fogo permanente; Israel concorda apenas com pausas humanitárias temporárias até que o Hamas seja derrotado.

O próprio primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já veio garantir que exclui qualquer cessar-fogo em Gaza antes da "eliminação" do Hamas.

Aguarda-se entretanto - ainda esta quarta-feira - o voto do Conselho de Segurança da ONU de uma nova resolução sobre Gaza e da entrada de auxílio humanitário em território palestiniano.

O Conselho de Segurança, que tem sido largamente criticado desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, pela sua inércia e inação em relação ao conflito, está há vários dias a negociar um texto de quatro páginas apoiado pelos Emirados Árabes Unidos, com a expectativa de que os 15 membros do organismo da ONU possam finalmente "falar a uma só voz".

A situação na Faixa de Gaza, por outro lado, deteriora-se a cada dia que passa: o Programa Alimentar Mundial, da ONU, já revelou que a maioria da população vive em condições extremas. A UNICEF garante que as crianças deslocadas na Faixa de Gaza têm acesso a apenas 1,5 litros de água por dia, 10% do mínimo necessário para satisfazer as necessidades básicas de hidratação e higiene. Foram detetados já cerca de 360 mil casos de doenças infeciosas entre os quase 1,4 milhões de pessoas obrigadas a deslocarem-se na Faixa de Gaza, devido à falta de condições sanitárias e escassez de alimentos.

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