O anúncio ocorre três semanas depois de ter aceitado encabeçar a lista do Movimento Reformista para as europeias de 2024. Michel justificou a decisão pelo aumento de "ataques pessoais" após o anúncio de que ia concorrer às europeias.
A desistência de Charles Michel ocorre três semanas depois ter anunciado disponibilidade para encabeçar a lista do Movimento Reformista na corrida eleitoral europeia.
Num texto publicado no seu Facebook, na sexta-feira, 26 de janeiro, Michel denunciou aquilo que acredita serem "ataques pessoais [que] estão cada vez mais a sobrepor-se aquilo que é a realidade".
"Não serei candidato nas eleições europeias", acrescentou, sublinhando o seu desejo de cumprir as suas responsabilidades atuais "com determinação" até ao seu termo.
Fortes críticas expressas durante o seu anúncio
Quando disse que ia sair do cargo de presidente do Conselho Europeu para se dedicar às eleições europeias, Charles Michel abalou o calendário, levantando questões desconfortáveis em torno da sucessão. A corrida pelos "melhores empregos" em Bruxelas, tornou-se feroz.
O que mereceu fortes críticas, algumas delas provenientes do seu campo político. "O capitão deixa o navio no meio de uma tempestade", criticou a eurodeputada holandesa Sophie in’t Veld, da Renew Europe (centristas e liberais).
Pertencente à mesma geração de líderes pró-europeus, como o de Emmanuel Macron ou o luxemburguês Xavier Bettel, Charles Michel foi escolhido em 2019 para suceder o polonês Donald Tusk, à frente do Conselho Europeu. Uma posição de prestígio, mas também perigosa, muitas vezes ingrata; onde a busca de consenso requer contorções difíceis.
Previstas de 6 a 9 de junho nos 27 países da UE, as eleições europeias levarão à renovação dos chefes das principais instituições da União, que devem refletir o equilíbrio político resultante da eleição.