Agricultores da Chéquia, Eslováquia, Polónia e Hungria bloqueiam fronteiras em protesto conjunto

Agricultores checos juntam-se aos protestos no centro e leste da Europa
Agricultores checos juntam-se aos protestos no centro e leste da Europa Direitos de autor Czarek Sokolowski/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
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Foram bloqueados vários pontos das fronteiras checas. Agricultores estão contra os elevados custos de produção e a burocracia, exigindo subsídios mais altos para compensar a descida de preços no mercado. Eslováquia mantém proibição de importação de certos produtos agrícolas ucranianos.

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Agricultores da Chéquia juntaram-se, esta quinta-feira, aos protestos no centro e leste da Europa, e bloquearam diversos pontos das fronteiras com a Eslováquia, Polónia e Alemanha. 

Estão descontentes com os altos custos de produção, os requisitos ambientais da União Europeia, a burocracia e as importações a custo reduzido de produtos agroalimentares ucranianos, exigindo subsídios mais altos para compensar a queda dos preços no mercado europeu.  

Durante mais de uma hora, os agricultores bloquearam a passagem de Hodonin-Holic, na fronteira do sul da Chéquia com a Eslováquia, com centenas de tratores a alinharem-se na autoestrada.

Aos agricultores checos, eslovacos e polacos juntaram-se os húngaros que viajaram de autocarro para uma manifestação em que se agitaram bandeiras nacionais e mostraram cartazes com mensagens como "Parem a burocracia" e "Parem os cereais ucranianos".

Os agricultores checos e polacos também bloquearam parcialmente um cruzamento no nordeste da República Checa, onde dezenas de tratores estavam estacionados, noticiou a agência de notícias checa CTK.

A mesma agência informou que, durante um curto período de tempo, foi bloqueada uma passagem para Reitzenhain, na Alemanha, na parte noroeste da fronteira checa.

A Câmara Agrária da Chéquia disse que 3.000 tratores participaram nos protestos levados a cabo em todo o país.

Em Bratislava, os agricultores conduziram uma procissão de tratores de dois quilómetros.

O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, afirmou esta quinta-feira que a Eslováquia vai manter a proibição de alguns produtos agrícolas provenientes da Ucrânia.

Os agricultores eslovacos queixam-se dos preços baixos provocados pelos excedentes e pelas importações a preço reduzido da Ucrânia, manifestando-se ainda contra o aumento da burocracia.

"Não estamos a protestar contra a União Europeia, estamos a protestar contra as decisões injustas da Comissão Europeia", declarou Andrej Gajdos, vice-presidente da Câmara Eslovaca da Agricultura e Alimentação (SPPK). 

Governos da Polónia e da Ucrânia encontram-se em Varsóvia no dia 28 de março

A importação de produtos agroalimentares ucranianos para o mercado europeu tem provocado tensão nas relações entre Varsóvia e Kiev, e Zelesnkyy já tinha pedido para se encontrar com Donald Tusk até sábado, dia em que se assinala o segundo aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia.. O primeiro-ministro polaco anunciou entretanto que os governos dos dois países vão ter um encontro na capital polaca, mas apenas no dia 28 de março. 

Donald Tusk acrescentou que tem estado em contacto permanente com as instituições europeias e com Kiev no sentido de encontrar soluções para ultrapassar os problemas gerados pelo fluxo de mercadorias ucranianos no mercado europeu. 

Ainda assim, Tusk salienta que não vai descurar os interesses domésticos.

"Não desisto dos meus esforços para defender os interesses dos agricultores polacos. É claro que a situação não é simples para a maioria dos nossos parceiros no Ocidente. A ajuda à Ucrânia também tem esta dimensão comercial e financeira, mas a Polónia e os produtores agrícolas polacos são os mais afetados neste contexto".

Donald Tusk garantiu ainda que o equipamento militar enviado pelo Ocidente será transportado para solo ucraniano, sublinhando que os postos fronteiriços, bem como os troços de estradas e vias férreas para o efeito serão agora acrescentados a uma lista de infraestruturas críticas para que haja "uma garantia a 100% de que a ajuda militar e humanitária chegará ao lado ucraniano sem quaisquer atrasos".

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