O governo populista de Robert Fico pretende substituir a RTVS por uma nova entidade, sobre a qual o governo vai exercer mais controlo.
Esta quarta-feira, em Bratislava, capital da Eslováquia, manifestantes formaram um cordão humano à volta do edifício da rádio e televisão públicas, contra o plano do governo do primeiro-ministro populista Robert Fico de assumir o controlo das emissoras.
Este plano foi condenado pela Presidente Zuzana Čaputová, pelos partidos da oposição, por jornalistas locais, por organizações internacionais de comunicação social e pela Comissão Europeia, que advertiram que as mudanças dariam ao governo o controlo total da radiodifusão pública.
Durante o protesto, os manifestantes exibiram uma faixa onde se lia: "Tirem as mãos da RTVS!".
De acordo com o plano elaborado pela ministra da Cultura, Martina Šimkovičová, a atual rádio e televisão públicas, conhecida como RTVS, deixará de existir e será substituída por uma nova organização.
A direção passa a ser nomeada por um conselho de sete membros, alguns dos quais escolhidos pelo governo. Šimkovičová representa o ultranacionalista Partido Nacional Eslovaco, membro da coligação governamental e uma das principais forças pró-russas na Eslováquia. Diz que "as mudanças são necessárias porque a atual emissora é tendenciosa, dá espaço apenas às opiniões dominantes e censura as outras".
Esta manifestação foi a última de uma série de protestos de rua em toda a Eslováquia contra as políticas de Fico, incluindo um plano para alterar o código penal. Fico regressou ao poder pela quarta vez no ano passado, depois de o partido populista Smer ter vencido as eleições parlamentares de 30 de setembro com base numa plataforma pró-russa e anti-americana.
Conhecido pelas tiradas contra os jornalistas, Fico rotulou recentemente como seus inimigos uma grande cadeia de televisão, dois jornais de âmbito nacional e um sítio de notícias online.