Governo finlandês estava a avaliar encerramento de postos fronteiriços com a vizinha Rússia a cada dois meses, mas decidiu agora que vai manter a decisão por período indeterminado.
A Finlândia vai encerrar indefinidamente todos os postos fronteiriços com a Rússia. Até aqui, o governo finlandês avaliava a cada dois meses o fecho das fronteiras, mas desta vez foi decidido não anunciar qualquer data para a reavaliação da medida.
Em comunicado, o Ministério do Interior da Finlândia informou esta quinta-feira que a segurança nacional e ordem públicas estariam sob ameaça se as centenas de cidadãos de nacionalidades terceiras continuassem a tentar entrar em território finlandês vindos da Rússia, sem documentação adequada.
Todos os oito postos fronteiriços para passagem de pessoas da Rússia para a Finlândia estão encerrados desde 15 de dezembro. Permanece aberto um ponto de passagem ferroviário para comboios de mercadorias e, a partir de agora, serão encerradas três passagens marítimas que ainda estavam em funcionamento.
A Finlândia decidiu tomar medidas no final de 2023 e encerrar a fronteira de 1.340 quilómetros com a Rússia depois de mais de 1.300 migrantes sem vistos ou documentação adequada - um número inesperadamente elevado - terem tentado entrar no país nos últimos três meses do ano passado, pouco depois de a Finlândia ter entrado para a NATO.
A maioria dos migrantes são originários de África e Médio Oriente e quase todos pediram asilo na Finlândia, Estado-membro da União Europeia com uma população de 5,6 milhões de habitantes.
A guarda de fronteira finlandesa já tinha revelado que muitos dos migrantes que chegam ao país têm vistos válidos para trabalharem ou viverem na Rússia e acusou o Kremlin de os reencaminhar para as fronteiras com o território finlandês.
As autoridades finlandesas acusam também a Rússia de estar a canalizar para a fronteira migrantes ilegais, dando-lhes dinheiro, comida, alojamento ou transporte, uma prática que apelidam de "ataque híbrido" contra a Finlândia.
Moscovo tem desmentido as alegações de Hensínquia e acusa o governo finlandês de não estar disponível para dialogar sobre as fronteiras.
O executivo de Helsínquia está também a trabalhar em legislação que prevê medidas para combater as migrações instrumentalizadas, já que a Finlândia é a fronteira externa da União Europeia a norte e parte significativa do flanco nordeste da Aliança Atlântica.