As conclusões da investigação sobre o ataque contra o comboio de ajuda humanitária, na segunda-feira, colocaram Israel numa situação embaraçosa, que enfrenta acusações crescentes dos aliados, incluindo os EUA, por não fazer o suficiente para proteger os civis de Gaza na guerra com o Hamas.
Israel demitiu dois oficiais e repatriou outros três pelo papel no ataque mortal com drones que matou sete voluntários da World Central Kitchen em Gaza. O governo israelita acusa-os de terem manipulado incorretamente informações críticas e violado as regras de combate do exército.
Isto depois de ter classificado o incidente como um "erro lamentável", algo que a ONG atingida rejeita.
Também esta sexta-feira, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou que Israel está a tomar medidas para aumentar o fluxo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, incluindo a reabertura de uma passagem fronteiriça fundamental para o norte do território.
ONU adota resolução contra Israel
As decisões foram anunciadas após a adoção, pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU, de uma resolução (aprovada com 28 países a favor, 13 abstenções e 6 contra) que apela à responsabilização de Israel por eventuais crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos na Faixa de Gaza. O documento apela à suspensão da venda de armas a Israel e alerta para a possibilidade de "genocídio" em resultado da guerra em Gaza.
Israel rejeita a resolução, considerando-a um "texto distorcido".
Foi a primeira vez que este organismo tomou posição sobre a guerra, que dura há quase seis meses.
Em Bruxelas, onde participa na reunião da NATO, e depois de Joe Biden ter alertado Telavive para a necessidade de mudar de política, o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken congratulou-se com a decisão de Israel de abrir um novo ponto de passagem para a ajuda humanitária ao enclave palestiniano. Blinken sublinhou que existem "questões críticas" que só podem ser medidas pelos resultados.